18 novembro 2019

Augusto Roquemont


Autorretrato, óleo sobre tela de Augusto Roquemont (1804–1852), Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, Portugal

Augusto Roquemont foi um pintor suíço nascido em Genebra em 1804, filho do príncipe alemão Frederico Augusto de Hesse Darmstadt. Aos 24 anos de idade veio para Portugal e em Portugal ficou até ao fim da vida. Fixou residência em Guimarães, primeiro, e no Porto, depois, além de ter passado cinco anos em Lisboa. Morreu no Porto em 1852. Tornou-se um dos pintores mais importantes do Romantismo em Portugal, do qual foi um dos introdutores, tendo-se dedicado, sobretudo, a pintar retratos de personalidades e cenas de costumes populares portugueses, sobretudo do Minho. Por este facto, Augusto Roquemont é frequentemente considerado um pintor português, apesar da sua origem estrangeira.


Chafariz de Guimarães, de Augusto Roquemont (1804–1852), Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, Portugal

Comentários: 8

Blogger Clara escreveu...


A vida deste homem é uma autêntica aula de Geografia. 🌍
Senão, vejamos: nasceu em Genebra, filho de um príncipe Alemão, estudou em Itália, morou em Paris e também na Alemanha, veio ainda muito novo para Portugal... e por cá morou em Lisboa, Guimarães e também no Porto...

Apesar de ter apenas vivido metade da sua vida cá em Portugal, era de certeza mais português do que de qualquer outra nacionalidade dos muitos lugares por onde fugazmente viveu.

Beijinhos minhotos
(^^)

19 novembro, 2019 19:05  
Blogger Valdemar Silva escreveu...

Em que local seria este 'Chafariz em Guimarães', por que nome era conhecido por lá?
Vivi em Guimarães de 1951 a 1954 e nunca mais lá voltei, será que ficaria para os lados de S. Francisco e naqueles anos ainda estaria a funcionar?

Cumprimentos
Valdemar Queiroz

21 novembro, 2019 23:48  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

É verdade, amiga Clara. Provavelmente o Augusto não era o filho primogénito do príncipe alemão, portanto não era seu sucessor, e teve que fazer pela vida percorrendo as sete partidas até vir parar a Portugal. Naquele tempo, a Alemanha ainda não tinha sido unificada pela mão de ferro do chanceler prussiano Bismarck e encontrava-se dividida numa enorme quantidade de principados, grão-ducados e outros pequeníssimos estados independentes. O pai do "nosso" Augusto devia ser o soberano de um desses principados, mas ele não tinha direito a nada.

Amigo Valdemar Silva, no quadro vislumbram-se umas ameias, que me parecem ser do Paço dos Duques de Bragança. Este chafariz, portanto, não devia estar longe do paço.

Um abraço

22 novembro, 2019 03:58  
Blogger Valdemar Silva escreveu...

Caro amigo Fernando Ribeiro, realmente parecem ser as ameias do Paço dos Duques de Bragança e provavelmente o chafariz ficaria para os lados da Rua D. Mafalda.
Vou tentar descobrir.

Abraço
Valdemar

22 novembro, 2019 12:28  
Blogger Valdemar Silva escreveu...

Afinal, este Chafariz ainda existe em Guimarães.
Trata-se da antiga Fonte/Tanque de Santo António, que originalmente se encontrava na Rua Nova de Santo António.
Agora é a Fonte do Largo Dr. João da Mota Prego.
É descrita como uma fonte barroca, séc. XVIII, de espaldar, rematado por cornija interrompida pelas armas reais, com bicas em forma de golfinhos e de um tanque retangular.
Resta acrescentar, não me lembrar de alguma vez ter visto este chafariz.

Valdemar Queiroz

22 novembro, 2019 17:22  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Acertou em cheio, amigo Valdemar! Parabéns! Eu sozinho não teria conseguido chegar a qualquer conclusão. Agradeço-lhe encarecidamente o esclarecimento. O chafariz ainda existe e está no local que refere. Não há dúvida nenhuma. A página do Sistema de Informação para o Património Arquitectónico relativa a este chafariz confirma-o e até faz referência ao quadro de Augusto Roquemont.

Vale a pena dar uma vista de olhos, na página, às fotografias das bicas em forma de "golfinho": são umas carantonhas divertidíssimas. Também de assinalar é o número de vezes em que este chafariz mudou de lugar. Nada menos do que quatro vezes! Até parece que em Guimarães não sabiam fazer outra coisa que não fosse mudar chafarizes de um lado para o outro! Um grande abraço

23 novembro, 2019 01:46  
Blogger Unknown escreveu...

Estes assuntos já foram por mim estudados e estão publicados sob o título "Guimarães urbano do século XIX a partir de três quadros de Roquemont" - Actas 1.º Colóquio Saudade Perpétua - 2016.
Ana Paula Bandeira Morais

28 julho, 2021 09:40  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Muito obrigado pela informação, prezada Ana Paula Bandeira Morais. Embora não o tenha lido, julgo que o seu trabalho pode ser descarregado da internet.

29 julho, 2021 02:15  

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