16 março 2020

Bento Coelho da Silveira


Anunciação, óleo sobre tela de Bento Coelho da Silveira (1617?–1708?), Museu de São Roque, Lisboa, Portugal

Bento Coelho da Silveira foi um pintor português do séc. XVII e natural de Lisboa. Gozou de grande reputação durante a sua longa vida de cerca de 91 anos, durante a qual deixou uma abundantíssima produção pictórica. São-lhe atribuídos mais de 200 quadros existentes atualmente nos mais diversos locais, além de muitos outros que o terramoto de 1755 destruiu e que se perderam para sempre. A idade avançada com que morreu não chega para explicar uma tão grande produção. A técnica de pintura que utilizou também contribuiu, em muito, para que tal tivesse acontecido.

Bento Coelho da Silveira valeu-se da técnica chamada fa presto ("faz depressa" em italiano), em que as tintas utilizadas na pintura de um quadro são acrescentadas a um fundo de cor terrosa, sem que tenha sido feito um desenho prévio do tema a pintar. O tema vai aparecendo e vai-se desenvolvendo à medida que o quadro vai sendo pintado, com camadas finas de tinta nas partes mais escuras e camadas de tinta mais espessas e abundantes nas partes mais claras. A rapidez com que Bento Coelho da Silveira pintava e a ausência de um desenho prévio talvez expliquem as diferenças de qualidade patentes na sua obra. Alguns dos seus quadros são da mais alta qualidade, enquanto outros parecem bastante toscos. O estilo de Bento Coelho da Silveira apresenta algumas semelhanças com o do pintor flamengo Pieter Paul Rubens (1577–1640).


Transfiguração, óleo sobre tela de Bento Coelho da Silveira (1617?–1708?), Museu de Arte Sacra, Arouca, Portugal


Milagre Eucarístico de Santo António, de Bento Coelho da Silveira (1617?–1708?), Igreja Matriz de Salvaterra de Magos, Salvaterra de Magos, Portugal


Repouso no Regresso do Egito, óleo sobre tela de Bento Coelho da Silveira (1617?–1708?), Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal

Comentários: 2

Blogger Maria João Brito de Sousa escreveu...

Apesar de todos os apesares, confesso que nutro uma imensa admiração pelos pintores do "fa presto"...

Abraço

16 março, 2020 10:25  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Uma irmã minha tem o curso de Escultura, mas de vez em quando também pinta. Antes de pintar um quadro, ela desenha na tela, com um lápis ou carvão, aquilo que pretende que o quadro venha a ser. Com alguma frequência, o resultado final do quadro pouco ou nada tem a ver com o desenho inicial, porque ela foi mudando de ideias à medida que o ia pintando.

Um abraço

17 março, 2020 02:18  

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