01 outubro 2021

Três múmias


(Imagem: Parabon NanoLabs)

Os três homens no apogeu da sua juventude que se veem nesta imagem são, na verdade, três múmias do Egito com mais de dois mil anos! Pois é. As múmias não foram sempre encarquilhadas e não estiveram sempre encerradas em sarcófagos. Foram pessoas que nasceram, cresceram, viveram, amaram, sofreram e morreram.

As imagens que acima se reproduzem são reconstruções digitais dos rostos de três múmias do Egito e foram obtidas a partir da análise do respetivo ADN. A recuperação do ADN destes três homens foi feita em 2017 pelo Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, em Tübingen, Alemanha, tendo sido esta a primeira vez que se conseguiu sequenciar totalmente o genoma de antigas múmias. A seguir, a empresa Parabon NanoLabs, de Reston, Virgínia, Estados Unidos, usou os dados obtidos para conseguir chegar ao aspeto que teriam os seus rostos e os seus corpos. Às imagens resultantes foi dado o aspeto que estes homens teriam aos 25 anos de idade. Estas imagens foram reveladas pela Parabon NanoLabs em 15 de setembro passado, em Orlando, Florida, Estados Unidos.

A conclusão a que se chegou depois de todo este processo é que os três homens tinham pele morena, cabelo escuro e olhos escuros, apresentando um aspeto que se assemelha mais ao dos povos que habitam atualmente a região do Mediterrâneo e do Próximo Oriente, do que ao dos egípcios modernos. Estes últimos terão sido o resultado da mistura dos antigos egípcios com gentes vindas ao longo dos séculos de outras paragens, como por exemplo o Sudão.

Comentários: 3

Blogger Ricardo Santos escreveu...

Muito interessante este estudo científico. É para isto que a ciência deve existir, para ser utilizada pelo lado Bom !
Obrigado Fernando

01 outubro, 2021 22:44  
Blogger Maria João Brito de Sousa escreveu...

Interessantíssimo!

Abraço, Fernando!

02 outubro, 2021 12:36  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Não é surpresa para ninguém o facto de que os antigos egípcios tinham feições mediterrânicas. Estas múmias até poderiam ser de portugueses. O que é surpreendente e até espantoso é o facto de que, pela primeira vez, nos encontramos cara a cara com alguém que morreu há milhares de anos e no entanto parece estar vivo à nossa frente, aqui e agora. Estes homens que aqui estão representados parecem tão reais (e foram reais!), que só lhes falta falar.

A tecnologia, só por si, não é boa nem é má; o que é bom ou mau é o uso que fizermos dela. A tecnologia nuclear que matou centenas e centenas de milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki é a mesma tecnologia que tem salvado as vidas de milhões de doentes com cancro através da radioterapia. À medida que se vai avançando na tecnologia, são cada vez maiores as responsabilidades daqueles que a põem em prática, e isto assusta.

03 outubro, 2021 01:30  

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