30 maio 2023

Um pianista do século XXI


Concerto N.º 3 para Piano e Orquestra em Ré Menor, Op. 30, de Sergei Rachmaninoff (1873–1943), pelo pianista russo Alexander Malofeev, nascido no ano 2001. Acompanha-o a Orquestra Sinfónica Nacional da Juventude Russa dirigida por Dimitris Botinis. Quando tocou este concerto, Alexander Malofeev tinha 17 anos de idade

Apesar de se ter declarado contrário à invasão da Ucrânia, Alexander Malofeev viu uma sua atuação ser cancelada no Canadá por ser russo. Posteriormente, Malofeev tocou o concerto n.º 3 de Rachmaninoff nos Estados Unidos, acompanhado pela Orquestra Sinfónica de Boston dirigida por Michael Tilson Thomas.

27 maio 2023

Um veado surfista


Veado, 2016, escultura de Adália Alberto. Estrada entre o Sítio da Nazaré e o forte de São Miguel, Nazaré, Portugal (Foto: Vítor Oliveira)

Esta escultura, da autoria da artista Adália Alberto, reúne duas representações numa só: a lenda de D. Fuas Roupinho, um cavaleiro que teria sido salvo por Nossa Senhora de se lançar no abismo quando perseguia um veado, e o Canhão da Nazaré, um desfiladeiro submarino onde, em dias de temporal, se formam as ondas mais altas do mundo, procuradas pelos surfistas mais experientes e ousados.

25 maio 2023

Se houvesse degraus na terra…


Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.


Herberto Helder (1930–2015)

(Foto de autor desconhecido)

20 maio 2023

Em tempo de Queima das Fitas, a Abertura para um Festival Académico


Abertura para um Festival Académico, Op. 80, do compositor alemão Johannes Brahms (1833–1897), pela Orquestra Filarmónica de Viena dirigida pelo exuberante maestro norte-americano Leonard Bernstein (1918–1990)

14 maio 2023

São Pedro de Rates


Fachada principal da igreja românica de S. Pedro de Rates, no concelho da Póvoa de Varzim (Foto: Antonino B)

Rates é uma freguesia do concelho da Póvoa de Varzim, cujo nome deriva do topónimo Ratis, que é provavelmente pré-romano. O que existe de mais notável em Rates é a sua igreja, que é dedicada a São Pedro de Rates. Ora este São Pedro de Rates não é o apóstolo Pedro, como se poderia julgar, mas sim um outro Pedro, que foi o primeiro bispo de Braga, o qual teria sido consagrado logo no séc. I pelo apóstolo Santiago em pessoa. Este bispo teria morrido em Rates, razão pela qual é chamado São Pedro de Rates. A sua morte está envolta em várias lendas, mas não se conhece a verdadeira causa. Os restos mortais deste bispo estão presentemente na Sé de Braga.

A atual igreja de São Pedro de Rates assenta no local de um antigo mosteiro que ali teria sido construído no séc. VI e do qual restam poucos vestígios. No séc. XI, o conde portucalense D. Henrique e sua mulher D. Teresa doaram o convento, então arruinado, à ordem de Cluny, que ergueu o presente templo. Construída originalmente em estilo românico e de acordo com a regra cluniacense, a igreja de Rates sofreu diversas alterações e acrescentos ao longo dos séculos. Tal como sucedeu com muitos outros monumentos espalhados pelo país, no séc. XX o regime do Estado Novo empreendeu obras de recuperação desta igreja, no sentido de lhe voltar a dar o seu aspeto supostamente original, mas fê-lo com base em conceitos que já então estavam ultrapassados. Cometeram-se então alguns atentados ao património arquitetónico deste templo, mormente a destruição daquela que tinha sido a primeira abóbada gótica feita em Portugal, a qual se encontrava na nave do lado da Epístola. Segundo me informou nas redes sociais a doutoranda em Estudos do Património Ana Cancela, que tem raízes familiares em Rates e a quem agradeço os esclarecimentos prestados, também no pórtico principal as arquivoltas estão fora do sítio.


Arquivoltas, tímpano e capitéis do pórtico principal da igreja de São Pedro de Rates (Foto: Maragato1976)

Apesar de serem de granito, os capitéis do pórtico principal da igreja de Rates encontram-se fortemente erodidos pela passagem dos séculos (Foto: PedroPVZ)

Interior da igreja de S. Pedro de Rates (Foto: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim)

06 maio 2023

Brincando com números


Rythmetic, um filme de animação de 1955 feito por Norman McLaren (1914–1987) e Evelyn Lambart (1914–1999)

03 maio 2023

Guitarrada de Coimbra


Valsa em Sol Maior, de Flávio Rodrigues da Silva (1902–1950), que foi barbeiro, por José Santos Paulo e Álvaro Aroso, à guitarra, e Eduardo Aroso e Aurélio dos Reis, à viola