Doce falar de Macau
Ruínas de São Paulo em Macau, China (Foto: Pedro Coimbra)
Sinceramente, não compreendo porque é que se adotou o horrível galicismo "patoá" para designar o idioma crioulo de base portuguesa que é falado em Macau por membros da comunidade macaense.
No seu blog Caderno do Oriente, Maria Janeiro escreveu o seguinte a respeito deste modo único de falar:
O “dóci papiá de Macau” ou “dóci língu di Macau” é, provavelmente, originário de Malaca, do “papia kristang”; leio, num trabalho da Universidade de Hong Kong – «Languages in Contact: Creole morphology» - que, quando da conquista de Malaca pelos holandeses (em 1641) ocorreu a migração de população de Malaca para Macau, essa população – já cruzamento de português com malaio e indiano – terá trazido a sua língua, o papia kristang de Malaca. Mais tarde, no século XVIII, a juntar a esta população, mistura de portugueses, chineses, indianos e malaios, vieram os cristãos do Japão e das Filipinas. Foi nas primeiras décadas do século XX, e com a imposição do português como língua oficial, que a “dóci língu di Macau antigo” começou a perder importância.
Existem várias instituições culturais em Macau que têm por finalidade proteger este falar crioulo e incentivar o seu uso. De entre estas instiuições, avulta o grupo de teatro Dóci Papiaçám di Macau, que se pode ver no vídeo que se segue.
Macau Sâm Assi (Macau É Assim), por Dóci Papiaçám di Macau
Comentários: 2
Creio que nao se vai importar se eu trasladar esta sua postagem para Cores & Palavras, fazendo jus ao seu blog, claro.
Kandandu
Namibiano
Porque me haveria de importar? Esteja à sua vontade.
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