18 setembro 2006

Um dos mais belos poemas da língua portuguesa


Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.


(João Roiz de Castelo-Branco, poeta do séc. XV, in Cancioneiro Geral)

Comentários: 3

Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Este poema é perfeito. Na musicalidade, no jogo de palavras, na intensidade dos sentimentos... Em tudo.

19 setembro, 2006 23:19  
Blogger João Carlos Carranca escreveu...

Gostei
Vou voltar mais vezes aqui.

03 outubro, 2006 19:27  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

JotaCê Carranca, seja benvindo. Faça de conta que está em sua casa.

04 outubro, 2006 10:07  

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