24 abril 2010

Três vozes antes da Revolução dos Cravos


Desenho de João Abel Manta

LIVRE

Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre

Carlos de Oliveira



EPÍGRAFE PARA A ARTE DE FURTAR

Roubam-me Deus,
outros o Diabo
-- quem cantarei?

roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros me roubam
-- quem cantarei?

sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
-- quem cantarei?

roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
-- aqui d'El Rei!

Jorge de Sena



MUMPIOZO AME, por Alberto Teta Lando

Comentários: 2

Blogger Carlos Romão escreveu...

Agrada-me particularmente a inclusão do lamento do Teta Lando nesse grupo.

28 abril, 2010 18:57  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Caro Romão,
Eu já tinha a intenção de incluir uma canção do falecido Teta Lando aqui no meu blogue. Ele merecia.

30 abril, 2010 23:41  

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