Iran
Iran dos Bidyogo, Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau, séc. XIX. Sociedade de Geografia de Lisboa
«O termo irã (irâm, irân ou hirâm) entrou no uso corrente mais com o significado de local da efectivação das cerimónias mágicas e, simultâneamente, do próprio objecto, natural ou artificial, sobre o qual, ou junto do qual, se realiza o ritualismo, ou seja o símbolo. No consenso geral, mesmo que este símbolo seja artificial -- confeccionado ou adaptado para identificar o feitiço, o irã -- ele incarna os espíritos de antepassados ou de entes sobrenaturais. Quer dizer, símbolo e local confundem-se num mesmo significado.
(...)
O irã -- forma de expressão simples e cómoda -- tem designações próprias na língua de cada tribo, mas todas com o significado a que antes fizemos alusão e é, em geral, simbolizado: por árvores de grande porte (especialmente poilões e calabaceiras); pequenos bosques ou tufos de vegetação espontânea; recantos de lalas ou de bolanhas; estacas de madeira, em bruto, vulgarmente em forquilha; esculturas em madeira representando figuras antropomórficas ou simples desenhos geométricos; e outras inúmeras formas de representação material do ídolo.»
António Carreira, in Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, Volume XVI, nº 63, Julho de 1961. O texto completo está disponível na seguinte página do blogue Coisas da Guiné, publicado por A. Marques Lopes : http://coisasdaguine.blogspot.com/2011/05/187-simbolos-ritualistas-e-ritualismos.html.
Iran dos Bidyogo, trazido em 1853 da ilha da Caravela, Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau. Musée du Quai Branly, Paris
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