Desemprego
Vulto parado na esquina
(Olhos no ar, indiferentes)
De costas para a vitrina
Cheia de jóias luzentes.
Parado naquela esquina todo o dia:
E os homens passam
Os homens que trabalham
Os homens passam...
Na memória embotada
(Os dias cada dia mais iguais)
Os frios apertos de mão
E os olhos frios
Detrás das secretárias:
«Não pode ser. Não pode ser
Por hoje...»
Na mesma esquina
De costas prà vitrina reluzente
A dor única que sente:
O sorriso mordido
O obrigado entre os dentes
E aquela mão
A sua
A agradecer...
Naquela esquina, a mesma...
Não:
Morrer não é remédio
Correr de porta em porta também não.
Apenas isto, talvez, para o seu tédio:
Acabar de sofrê-lo sem chorar
De costas para a vitrina
Naquela esquina
Onde se cruzam gentes que trabalham...
Mário António (1934-1989), poeta angolano
Comentários: 1
Muito Bom post.
Realmente, este flagelo agrava em muito a situação do pessoal...
Na esperança de poder ajudar,
deixo alguma informação adicional sobre trabalho temporário... não é solução, mas pode contribuir para um começo diferente... As pessoas não podem é desanimar! Força aí! www.trabalhoparajovens.blogspot.com
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