Cantos e danças de África
(Foto de autor desconhecido) |
Hoje é o Dia de África. À contagiante dança da bela africana de etnia himba, de Angola ou da Namíbia, que se vê na imagem acima, venho acrescentar um pouco de música oriunda de várias partes do continente africano. Aproveito a efeméride para divagar um pouco ao acaso e dar uma imagem, ainda que extremamente pálida, da diversidade da música africana.
Na Cambança ("Na Passagem" ou "Na Travessia"), pelos Super Mama Djombo, da Guiné-Bissau.
Mon'Ami ("Filho Meu"), por Lilly Tchiumba, de Angola. Esta canção é o lamento de uma mãe pela morte de um filho.
Deeqa, por Aar Maanta, da Somália. Este cantor viu-se obrigado a abandonar o seu país nos princípios dos anos 90, por causa da violência, e vive habitualmente no Reino Unido.
Canções tradicionais berberes da Região de Souss-Massa-Drâa, em Marrocos. «Nós somos africanos!», dizem-nos os marroquinos com orgulho. «Africanos? Sim, está bem», concordamos, «como vocês vivem no Norte de África, são africanos, não há dúvida, mas o que vocês são mesmo é árabes». Respondem-nos: «Não é verdade. Nós só somos árabes (aqueles que o somos) na língua e na cultura, porque os nossos genes não são árabes; são berberes, logo, africanos.» E acrescentam: «Mesmo que não falemos a mesma língua que os berberes e tenhamos costumes diferentes dos deles, nós descendemos deles. Nós somos eles e eles são nós. Salvo algumas exceções, nós, os marroquinos, somos todos berberes. Portanto, somos todos africanos». «Pronto, está bem», acabamos por assentir, «vocês são africanos... brancos». «Não, não, nós não somos brancos!», atalham logo, «nós não somos brancos. Somos mesmo africanos». «Como assim?», estranhamos, «vocês não são brancos, são africanos, mas também não são negros...» Explicam-nos: «Nós temos muitas afinidades com as pessoas que vivem a sul do deserto do Sahara. Muitas afinidades mesmo. Até laços de sangue nós temos com elas. Durante milhares e milhares de anos o deserto tem sido percorrido incessantemente por caravanas que foram mantendo um permanente contacto comercial, cultural e até genético entre as suas margens norte e sul. Além disso, o deserto não é desabitado, apesar de se chamar deserto. No meio dele vivem povos, tuaregues e outros, que estabelecem a ponte entre todos quantos vivem à volta do deserto. O deserto não separa, une. Quer vivamos a norte, a sul ou no meio do deserto, nós somos todos irmãos, somos todos filhos da mesma África».
Uma canção interpretada de improviso por Demba Doka Barry, do grupo musical Lewlewal, de Podor, no Senegal.
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