Fogo-de-santelmo
Embora tenha habitualmente a forma de faíscas, o fogo-de-santelmo, também chamado fogo de São Telmo, é um fenómeno elétrico atmosférico luminoso diferente do raio. Enquanto o raio é uma descarga, quase sempre de enorme intensidade e poder destruidor, constituída por uma corrente de eletrões, o fogo-de-santelmo é uma descarga, incomparavelmente mais suave, sob a forma de plasma. O plasma, por sua vez, é um gás ou uma mistura de gases eletricamente carregados, em consequência de um atrito ou de uma grande diferença de potencial elétrico, como a que existe no ar por ocasião de temporais.
(Um exemplo muito comum de plasma é o estado em que se encontra o gás existente no interior das lâmpadas fluorescentes quando estão acesas. A luz que estas lâmpadas emitem provém da interação entre a radiação eletromagnética emitida pelo plasma e a camada de fósforo que cobre o interior do invólucro de vidro da lâmpada. O fósforo converte a radiação do plasma em luz visível, quase sempre de cor aparentemente branca. As chamadas lâmpadas economizadoras, muito comuns hoje em dia, também são fluorescentes e também usam, portanto, o poder do plasma para iluminar.)
O fogo-de-santelmo emite habitualmente uma luz de cor azulada e costuma observar-se nos mastros de navios, nos narizes e asas de aviões, nos cimos dos campanários das igrejas, no alto de chaminés, etc. O nome deste "fogo", que não é verdadeiramente fogo mas plasma, como disse, vem de São Pedro Gonçalves Telmo (1190-1246), santo padroeiro dos marinheiros e embarcados, cujos restos mortais estão sepultados na catedral de Tui, na Galiza.
Fogo-de-santelmo observado do cockpit de um avião em pleno voo
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