02 janeiro 2015

Os índios do Brasil vistos pelos próprios


Língua do Peixe, um filme de Awayunyc Kamayura, Karuarawi Aweti, Samurai Kamayura e Tawana Kalapalo, com Marrayury Jair Kuikuro e Samurai Kamayurá, realizado em 2012


Este vídeo não é apenas sobre índios brasileiros ou com índios brasileiros. É de índios brasileiros. Trata-se de uma curta-metragem de ficção, realizada pelos índios xinguanos Awayunyc Kamayura, Karuarawi Aweti, Samurai Kamayura e Tawana Kalapalo que, sob a orientação de Takumã Kuikuro e Bernard Belisario, participaram numa oficina de introdução ao vídeo chamada Cinema Índio. Esta oficina decorreu na aldeia Ipatse, do povo Kuhi Ikugu (vulgarmente chamado Kuikuro), no Alto Xingu, estado do Mato Grosso, Brasil, entre 28 de dezembro de 2011 e 16 de janeiro de 2012.

Este pequeno filme conta a história de dois índios, pertencentes a povos diferentes e falando línguas diferentes, que disputam um colar de caramujos, que é uma peça de adorno tradicional dos povos alto-xinguanos feita a partir de conchas de caramujo.

Chamo a atenção para a beleza e a pureza do ambiente em que o filme foi feito. O Parque Indígena do Xingu é uma ilha de floresta verde, rodeada por um oceano de áridos latifúndios que também já foram floresta. No Brasil e em outros países, os povos indígenas é que são os melhores garantes da conservação da Natureza.

Recomendo que se veja este vídeo em ecrã completo, para o que basta apontar para o símbolo de formato quadrangular que está em baixo, à direita, junto à palavra vimeo.

Comentários: 2

Anonymous Anónimo escreveu...

Que bom que gostastes deste filme, Fernando. Sugiro-te assistir também aos filmes do Takumã Kuikuro, especialmente este aqui:

http://vimeo.com/91615057


um grande abraço,
Bernard Belisário

26 janeiro, 2015 22:51  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Caro Bernard Belisário,

Muito obrigado pela sua valiosíssima sugestão. Estive a ver o filme antes de lhe responder e posso dizer-lhe que gostei muitíssimo. Estou a pensar incluir o filme aqui no meu blog, mas um pouco mais tarde, para poder manter um mínimo de diversidade temática.

Eu direi que o filme "As Hiper Mulheres" sugere mais do que mostra, e este é um dos seus maiores trunfos. Há toda uma cultura, que me parece riquíssima e que está subjacente à cerimónia das Yamurikumalo, da qual a fascinante exuberância das cores, dos desenhos, das plumas e das coreografias é apenas uma das suas faces visíveis. "As Hiper Mulheres" é um filme que nos entreabre novos horizontes, se estivermos dispostos a alargar a nossa visão do mundo.

27 janeiro, 2015 18:32  

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