Orações, rimas infantis e adivinhas da tradição portuguesa
ORAÇÃO DA NOITE
Com Deus me deito,
Com Deus me levanto,
Com a graça de Deus
e do Espirito Santo.
ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA
Santo anjo do Senhor
Meu zeloso e guardador
Pois se a ti me confiou a piedade divina,
Hoje e sempre me rege, guarda e ilumina.
ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA
Anjo da Guarda,
Minha companhia,
guardai a minha alma
de noite e de dia.
ATO DE CONTRIÇÃO
Meu Deus, porque sois infinitamente bom
e Vos amo de todo o meu coração,
Pesa-me de Vos ter ofendido,
mas com o auxílio da Vossa divina graça,
proponho firmemente emendar-me
e nunca mais Vos tornar a ofender.
Peço e espero o perdão das minhas culpas,
pela Vossa infinita misericórdia. Amen
AVE-MARIA PEQUENINA
Ave-Maria pequenina,
rosa divina,
cravo de amor,
Mãe do Senhor,
dai-me juízo
e entendimento
para receber
o Santíssimo Sacramento.
RIMAS INFANTIS
A criada lá de cima
É feita de papelão.
Quando vai fazer a cama
Diz assim para o patrão:
«Sete e sete são catorze,
Com mais sete vinte e um,
Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum.»
(Dedo mindinho) Este diz que tem fome
(Dedo anelar) Este diz que não há
(Dedo médio) Este diz: «Deus dará»
(Dedo indicador) Este diz: «Vamos roubar?»
(Dedo polegar) Este diz: «Alto lá!»
(Dedo mindinho) Este é o dedo mindinho
(Dedo anelar) Este é o seu vizinho
(Dedo médio) Este é o pai de todos
(Dedo indicador) Este é o fura-bolos
(Dedo polegar) E este é o mata-piolhos
Amanhã é domingo
do pé do cachimbo
Toca a gaita
Repica o sino
O sino é de ouro
do rabo do touro
O touro é bravo
mata o cavalo
O cavalo é valente
mata toda a gente!
À morte ninguém escapa.
Morre o rei e morre o papa.
Mas eu hei de escapar.
Meto-me numa panela,
Tapo-me muito bem...
Vem a morte e diz:
«Aqui não está ninguém!»
A batatinha quando nasce
deita a rama pelo chão.
As meninas que namoram
põem a mão no coração.
ADIVINHAS
Qual é a coisa
Qual é ela
Mal entra em casa
Põe-se logo à janela?
— O botão
Cal é a coisa
Cal é ela
Que 'inda agora
falei nela?
— A cal
Uma caixinha redondinha
Feita para rebolar,
Todos a podem abrir,
Ninguém a pode fechar.
— O ovo
Sou gigante, gigantão,
Tenho doze filhos no meu coração
De cada filho trinta netos,
Metade brancos, metade pretos.
— Ano, meses, dias, noites
Alto está,
Alto mora
Ninguém o vê
Todos os adoram.
— Deus
Alto está,
Alto mora
Todos o veem
Ninguém o adora.
— O sino na torre da igreja
Altos castelos
Verdes e amarelos
— As laranjeiras
Uma senhorinha
Muito assenhorada
Nunca sai de casa
E está sempre molhada.
— A língua
Comentários: 3
Uma bela colecção!
Algumas conhecia, outras não:)
Boa noite:)
Cara Isabel,
Tal como as palavras, as recordações são como as cerejas. Bastou-me encontrar na internet uma oração parecida com uma destas, para me lembrar dela e das outras que aqui estão, que eu aprendi na minha infância. Tive uma educação católica e fui o melhor aluno da catequese, mas agora sou agnóstico. No entanto, as orações ficaram-me guardadas na memória, apesar do facto de que eu já nem sequer tinha consciência delas! Atrás das orações, vieram-me as recordações das rimas e adivinhas. Há quantos anos eu não me lembrava de algumas delas também!
É curioso, porque eu que também tive uma educação católica e também fiz todo o percurso direitinho (1ªcomunhão, Crisma, Comunhão Solene...)e que continuo a considerar-me uma pessoa de fé, já esqueci muitas das coisas que aprendi na catequese. Continuo a ir à Igreja quando é necessário, mas vivo a fé para além disso.
O que eu acho é que tem uma excelente memória! É só procurar o que quer e a memória encontra!
Gostei de ler, porque algumas também as recordo da infância.
Boa tarde:)
Enviar um comentário