Les Très Riches Heures du Duc de Berry
O Paraíso Terrestre, iluminura contida no capítulo Orações da Virgem do livro Les Très Riches Heures du Duc de Berry |
Um livro de horas é um livro litúrgico cristão feito para ser usado por leigos, tal como o breviário se destina a ser usado pelos clérigos. À semelhança do que sucede com um breviário, a função principal de um livro de horas é providenciar ao seu leitor um conjunto de orações, chamadas ofícios, destinadas a ser rezadas em algumas horas do dia. A diferença entre um livro de horas e um breviário reside, sobretudo, no facto de que a liturgia contida num livro de horas é simplificada relativamente à que está contida num breviário.
Os livros de horas surgiram na Europa durante o séc. XIII e a sua popularidade atingiu o apogeu no séc. XV. Além de apresentarem três capítulos habituais — as horas da Virgem, os salmos penitenciais e o ofício dos mortos —, os livros de horas publicados a partir do séc. XV incluem frequentemente um calendário, com a indicação dos santos de cada dia e das festas litúrgicas mais importantes.
O livro de horas medieval mais famoso que existe é certamente o livro chamado Les Très Riches Heures du Duc de Berry, que é uma obra manuscrita do séc. XV e que é sumptuosamente iluminado. Foi encomendado por um membro da alta nobreza francesa — o duque de Berry João I — aos irmãos Paul, Jean e Herman de Limbourg, que morreram antes de o terem acabado. Um pintor anónimo retomou o trabalho por eles deixado e o pintor Jean Colombe concluiu-o por volta de 1485 ou 1486.
O calendário é o capítulo mais famoso deste livro, por causa das suas extraordinárias iluminuras. Além do seu enorme valor artístico, estas iluminuras têm uma grande importância documental, não só pelo rigor dos dados astronómicos que fornecem, mas também, e sobretudo, pelas representações que mostram da vida quotidiana na Europa medieval.
Janeiro, iluminura do livro Les Très Riches Heures du Duc de Berry |
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