Ribalta
Às vezes é tão tarde, querido amigo,
Que uma nesga de céu nos bate à porta,
Que a gente nem a ouve… Ou já está morta,
Ou nem tem porta por não ter abrigo…
Não quer entrar e conversar comigo?
Venha daí se o que eu disser lhe importa,
Quero mostrar-lhe os frutos duma horta
Que cozinhei num fogo muito antigo…
É que a conversa, amigo, faz-nos falta,
Tanta quanta nos faz o pão prà boca
Ou a canção que anima e junta a malta
Esta é a minha casa, a minha toca,
O meu pequeno palco e a ribalta
Da minha velha Musa ousada e louca.
21.05.2025 — 21:30h
Maria João Brito de Sousa, in poetaporkedeusker
(Desenho de Ahmad Safarudin)
Comentários: 2
Fico muito feliz por este meu "Ribalta" lhe ter merecido honras de partilha. O desenho de Ahmad Safarudin dialoga às mil maravilhas com o poema.
Um grato abraço, Fernando.
As honras de partilha são merecidíssimas, Maria João. Limitei-me a fazer-lhe justiça. Um abraço
Enviar um comentário