d'Assumpção
Manuel Trindade d'Assumpção foi um notável pintor abstrato português, que procurou refletir na sua obra um misticismo muito próprio, assente numa certa ideia de panteísmo. Por isso, os seus quadros não são meras representações abstratas sem significado, só porque lhe apeteceu pintá-los de uma determinada maneira. Eles representam uma busca interior por algo que o transcendia. Convém termos isto em mente quando nos defrontarmos com a sua obra, que contém muito mais do que apenas formas e cores abstratas e aparentemente sem sentido.
De ascendência transmontana, Manuel d'Assumpção nasceu em Lisboa em 1926. Aos 8 anos de idade foi viver para Portalegre, onde o seu pai, Luís d'Assumpção, possuía um estúdio de fotografia profissional. A iniciação na pintura do pequeno Manuel deu-se junto do pai, que tinha o curso superior de Belas-Artes, e do pintor modernista Miguel Barrias, que era então professor em Portalegre. No ano de 1947, Manuel d'Assumpção mudou-se para Paris, onde foi aluno de Fernand Léger.
Foi também em Paris que Manuel d'Assumpção travou conhecimento com o poeta António Maria Lisboa, com quem fez uma inabalável amizade e com quem partilhava a sua inquietação espiritual. Em 1953, porém, António Maria Lisboa morreu de tuberculose, com apenas 25 anos de idade, e Manuel d'Assumpção ficou profundamente abalado pelo acontecimento, tanto que nunca mais se recompôs. O espírito ansioso de Manuel d'Assunção acabou por mergulhar num vazio desesperado e sem saída, até que em 1969 o pintor se suicidou em Lisboa, num prédio de uma rua da Baixa Pombalina que tinha precisamente o seu nome, a Rua da Assunção.





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