Sou negra mas formosa
Nigra sum sed formosa, de Andreas de Silva, pelo agrupamento vocal australiano The Song Company, dirigido por Roland Peelman. As palavras iniciais deste cântico (Nigra sum sed formosa) são bíblicas e constam do capítulo 1, versículo 4, do Cântico dos Cânticos, do rei Salomão, um dos livros do Velho Testamento
Quase nada se sabe sobre um compositor renascentista conhecido pelo nome de Andreas de Silva. Seria português, caso em que se chamaria André da Silva? Seria espanhol, caso em que se chamaria Andrés de Silva ou Andrés da Silva (se fosse galego)? Seria italiano, caso em que se chamaria Andrea de Silva? Seria de outra nacionalidade? Não se sabe. O que se sabe é que ele esteve ativo como compositor entre 1510 e 1530, tendo trabalhado nas cortes do papa Leão X (João de Lourenço de Medici) e do primeiro duque de Mântua (Frederico II Gonzaga).
Comentários: 2
Os luso-descentes
há muito
que calcorreiam
o Mundo
(uma bela oferta
a ofertar a Trump)
Prezado Rogério, eu acredito que o tal Andreas de Silva terá sido português. E vou ainda mais longe: se calhar, foi alentejano. No séc. XVI, o canto polifónico atingiu o seu apogeu na Península Ibérica. É verdade que, a respeito desta época, o espanhol Tomás Luis de Victoria (1548-1611) é considerado um dos maiores compositores do género, e com toda a razão, mas a verdade é que antes dele muita música polifónica se fez e que a obra de Victoria se ergueu, portanto, sobre os ombros de (outros) gigantes, como Andreas de Silva. Por outro lado, entre muitos destes gigantes, antecessores e contemporâneos de Tomás Luis de Victoria, se contam muitos portugueses, grande parte dos quais alentejanos. Ora, ainda nos tempos que correm se canta música polifónica no Alentejo, que é o cante, Património da Humanidade!
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