05 janeiro 2022

Missa em sol maior de Carlos Seixas


Missa em sol maior para solistas, coro, orquestra de cordas e baixo contínuo, do compositor português Carlos Seixas (1704–1742), por Alexandra do Ó (soprano), Manuel Braz da Costa (contratenor), António Wagner Diniz (tenor), Coro de Câmara de Lisboa e a Orquestra Barroca Norueguesa, dirigida a partir de um órgão por Ketil Haugsand

Carlos Seixas foi um dos maiores compositores portugueses de sempre. Nascido em 1704 em Coimbra, aprendeu música com o pai, que era organista na Sé Nova, e, com 16 anos de idade, mudou-se para Lisboa. Na capital, tornou-se organista da Sé Patriarcal, assim como da Capela Real, onde pontificava como Mestre o grande compositor italiano Domenico Scarlatti. Paralelamente, Carlos Seixas também foi professor de música, tendo sido muito requisitado pelas famílias nobres da capital. Morreu em Lisboa de febre reumática, em 1742, quando já desempenhava o cargo de Mestre da Capela Real em substituição de Scarlatti.

A música de Carlos Seixas é claramente uma música do seu tempo, uma música indiscutivelmente barroca. No entanto, Carlos Seixas não se limitou a copiar o figurino italiano, alemão ou francês do barroco; ele inovou, criou soluções originais e deu origem ao que poderemos chamar de barroco português, que é um barroco leve e luminoso, como o italiano, mas mais lírico do que este.

Comentários: 3

Blogger Ricardo Santos escreveu...

Mais um esquecido das nossas riquíssimas artes !
Fernando um Bom Ano !

11 janeiro, 2022 16:20  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Caro Ricardo,
Seja bem reaparecido! O Carlos Seixas é um esquecido, porque neste país não se reconhece o valor dos que o têm.

Quando é que na Antena 2, por exemplo, se ouve música "clássica" portuguesa, da autoria de Carlos Seixas, João Domingos Bomtempo, Luis de Freitas Branco, Fernando Lopes-Graça e tantos outros? Só por milagre! A Antena 2 é uma "rádio" a evitar a todo o custo. Sei do que falo, porque já fui ouvinte assíduo da Antena 2 e agora ela causa-me azia, muita azia!

No meu carro, ouço a Smooth FM e, de vez em quando, a TSF por causa das notícias. Em casa, ouço música pela internet, que me fornece um manancial quase inesgotável dos mais variados géneros musicais. Não preciso da Antena 2 para nada. O que se passa com ela é um escândalo.

A Antena 2 transmite e retransmite rubricas e rubriquinhas aos montes, cada uma delas três, quatro, cinco e mais vezes por dia! Isto admite-se? Não estou a exagerar, é mesmo assim. Sintonizo a Antena 2 às dez da manhã e ouço o que o Jornal "O Século" publicou na sua primeira págena (é assim que eles dizem) há cem anos. Sintonizo-a ao meio-dia e ouço outra vez a primeira págena de "O Século" de há cem anos. Volto a sintonizá-la à três e meia da tarde e volto a levar nas trombas com a primeira págena de "O Século" de há cem anos. Às sete da tarde, outra vez a primeira págena de "O Século" de há cem anos. E sou capaz de apostar que levo com a primeira págena de "O Século" de há cem anos, se sintonizar a Antena 2 às quatro da madrugada! O mesmo acontece com a infantiloide rubrica "Palavras de Bolso" e outras rubricas mais, que são repetidas e re-repetidas vezes sem conta. Não há pachorra!!!

Então, e a música? Agora a música, na Antena 2, é retalhada, estilhaçada, partida em cacos e usada unicamente para preencher os espaços vazios entre uma rubrica e a rubrica seguinte. Eu já ficaria contente se na Antena 2 passassem apenas um andamento de uma obra que tivesse mais do que um, como o de uma sinfonia ou de um concerto. Nem isso eles fazem. O que eles se limitam a passar é um caco de um estilhaço de um fragmento de um andamento. Anunciam, por exemplo: «Vamos passar um chêrto [é assim que eles dizem] da Sinfonia n.º 5 de Beethoven». Ouvimos uma orquestra a tocar: «Tchã-tchã-tchã-tchãããã». Logo a seguir, diz o locutor: «Acabaram de ouvir um chêrto da Sinfonia n. 5 de Beethoven. Segue-se a nossa rubrica "Kinorama"». Andam a gozar com o pessoal ou quê?! Até a língua portuguesa é agredida nas emissões da Antena 2, uma estação que é oficial! A Antena 2 não é uma rádio, é um acto de vandalismo.

Meu caro Ricardo, eu peço imensa desculpa por este desabafo, mas eu tinha mesmo que desabafar. Esta tarde, no carro, ao mudar de estação no rádio, caí sem querer na Antena 2. Adivinhe o que foi que eu ouvi então. Ouvi a primeira págena de "O Século" de há cem anos, pois claro!

12 janeiro, 2022 03:08  
Blogger Ricardo Santos escreveu...

Fernando, obrigado pela sua resposta.

Já há algum tempo que deixei de ouvir a Antena 2. Não sabia que as coisas andavam a assim por essa estação de rádio. Costumava ouvi-la de manhã cedo, no carro, quando ia para o trabalho (isto até meio do ano de 2018!). Nessa altura não me lembro de alguma vez ouvir, essa "...primeira págena de "O Século" de há cem anos".
Infelizmente, cada vez há menos assuntos decentes tratados em Português, por Portugueses. Vendemo-nos (quem o fez, claro!) a outros por dinheiro :((( !

Abraço

13 janeiro, 2022 13:48  

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