Batalha do 5º Tom, de Frei Diogo da Conceição, compositor e organista português que viveu em Braga no séc. XVII, pelo organista mexicano Heriberto Raymundo Moreno Baeza
Cara Maria João, Creio que, no séc. XVI ou XVII, um compositor francês terá escrito uma peça para órgão a que deu o nome de Bataille. Esta peça foi muito popular na época, mas a coisa teria ficado por ali se os órgãos da Península Ibérica não fossem diferentes dos restantes, como de facto são. O que distingue os órgãos de Portugal, Espanha e respetivas ex-colónias é um conjunto de tubos dispostos horizontalmente e com o formato de trombeta, além dos tubos verticais que são comuns a todos os órgãos do mundo. Os tubos em forma de trombeta produzem um som vibrante e intenso, que se presta às mil maravilhas para a música de caráter épico e empolgante. Deste modo, em Portugal e também em Espanha continuaram a ser compostas "batalhas" (de que a presente peça é um exemplo) que tiram especial partido dessas "trombetas". Embora os órgãos costumem estar em igrejas, estas "batalhas" não têm nada de religioso; são música profana, do mais profano que há. O órgão que se ouve neste vídeo parece pertencer à Catedral da Cidade do México, a fazer fé nas imagens que acompanham a música. É, portanto, um órgão de tipo ibérico, pois o México foi colónia da Espanha, dotado das referidas "trombetas". Estas "trombetas" mexicanas são perfeitamente audíveis desde o início da peça.
Caro Rogério, Muito gostaria eu de me sentir mergulhado no som produzido pelos seis órgãos à minha volta, mas nunca tive essa oportunidade. O que ouvi em Mafra, foram os carrilhões, cujo som ecoava por montes e vales. Há um relato apócrifo segundo o qual o rei D. João V teria pedido o orçamento de um órgão para o convento de Mafra. Quando lhe disseram quanto era que esse órgão iria custar, o D. João V teria exclamado: «Tão barato? Quero seis!» E os seis órgãos lá estão. Enfim, são histórias que se contam sem qualquer validade histórica.
Comentários: 3
Surpreendente "batalha" musical!
Um abraço!
Fui convidado,
infelizmente
não pude estar presente
https://youtu.be/GO_q824JFp0
Bela batalha, esta
Cara Maria João,
Creio que, no séc. XVI ou XVII, um compositor francês terá escrito uma peça para órgão a que deu o nome de Bataille. Esta peça foi muito popular na época, mas a coisa teria ficado por ali se os órgãos da Península Ibérica não fossem diferentes dos restantes, como de facto são. O que distingue os órgãos de Portugal, Espanha e respetivas ex-colónias é um conjunto de tubos dispostos horizontalmente e com o formato de trombeta, além dos tubos verticais que são comuns a todos os órgãos do mundo. Os tubos em forma de trombeta produzem um som vibrante e intenso, que se presta às mil maravilhas para a música de caráter épico e empolgante. Deste modo, em Portugal e também em Espanha continuaram a ser compostas "batalhas" (de que a presente peça é um exemplo) que tiram especial partido dessas "trombetas". Embora os órgãos costumem estar em igrejas, estas "batalhas" não têm nada de religioso; são música profana, do mais profano que há. O órgão que se ouve neste vídeo parece pertencer à Catedral da Cidade do México, a fazer fé nas imagens que acompanham a música. É, portanto, um órgão de tipo ibérico, pois o México foi colónia da Espanha, dotado das referidas "trombetas". Estas "trombetas" mexicanas são perfeitamente audíveis desde o início da peça.
Caro Rogério,
Muito gostaria eu de me sentir mergulhado no som produzido pelos seis órgãos à minha volta, mas nunca tive essa oportunidade. O que ouvi em Mafra, foram os carrilhões, cujo som ecoava por montes e vales. Há um relato apócrifo segundo o qual o rei D. João V teria pedido o orçamento de um órgão para o convento de Mafra. Quando lhe disseram quanto era que esse órgão iria custar, o D. João V teria exclamado: «Tão barato? Quero seis!» E os seis órgãos lá estão. Enfim, são histórias que se contam sem qualquer validade histórica.
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