19 setembro 2023

Calma! O verão está no fim, mas ainda nos esperam dias amenos


Moças no banho, fresco transferido para uma tela, do pintor italiano Bernardino Luini (falecido em 1532). Durante o processo de transferência de uma parede para a tela, esta pintura sofreu alguns danos. Pinacoteca de Brera, Milão, Itália (Clicar na imagem para ampliá-la)

Comentários: 2

Blogger Maria João Brito de Sousa escreveu...

Estou a aproveitar todos os dias amenos, mas o que me deixa entristecida, logo desde os primeiros dias de Agosto, é a curva descendente que o tempo e o clima começam a traçar em direcção ao Inverno. E o que me arrepia, no Inverno, além do frio, obviamente, são as doenças respiratórias- não as prometidas, mas as que sempre vieram - e a exorbitância das contas da energia eléctrica, Fernando.

Muito belo, este afresco de Bernardino Luini!
Jovens mulheres banhando-se foram tema de muitos grandes pintores, mas nenhum deles jamais pintou uma velhota a tremer de frio sentada numa cadeira de plástico branco que se apoia em ambos os lados da uma velha banheira :)

Um abraço!

19 setembro, 2023 11:55  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Velhota? Onde está a velhota? O que há é uma pessoa mais jovem do que eu e cheia de inspiração para fazer belos sonetos!

Quando eu era miúdo, era franzino e de aspeto muito frágil, por ter nascido prematuro e ter sido sempre atrasado no meu desenvolvimento relativamente às outras crianças da minha idade. Como eu parecia ter uma saúde delicada, a minha mãe no inverno obrigava-me a vestir roupa bem grossa, mas que era extraordinariamente áspera, porque era a mais barata que havia e o dinheiro não abundava. Por mais que eu me queixasse de que aquela roupa me picava como cactos, a minha mãe insistia em vestir-ma. De vez em quando, eu despia essa roupa sem a minha mãe ver, mas quando ela descobria que eu a tinha tirado, ralhava-me e obrigava-me a vesti-la outra vez. Um dia, a minha mãe deve ter notado que eu não me tinha constipado, várias horas depois de ter andado ao frio desagasalhado, e deixou de me obrigar a vestir essa detestável roupa. Eu então devia ter sete anos de idade, no máximo oito, e nunca mais a vesti. Cheguei a ser o único aluno em toda a minha escola que andava de calções no pino do inverno e mesmo assim não me constipava. Note-se que naquele tempo os invernos eram mais rigorosos do que são agora. Foi deste modo que me tornei calorento e ainda sou. É claro que prefiro a estação do verão, isso nem se discute, mas no inverno também gosto de inspirar o ar frio, porque me faz sentir que estou vivo.

21 setembro, 2023 18:58  

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