Igreja da Graça, Santarém
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A Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Santarém, é apenas uma das várias igrejas góticas que existem na capital do Ribatejo. Além desta, há a destacar, sobretudo, a Igreja de Marvila, que fica a dois passos dela e é manuelina (logo, gótica tardia), assim como os interessantíssimos conventos (melhor dizendo, o que deles resta) de São Francisco e de Santa Clara, que já se situam fora do centro histórico e são em estilo gótico mendicante. Só por isto, Santarém já seria uma cidade de visita obrigatória, mas há nela muito mais ainda para conhecer. A riqueza monumental e cultural de Santarém é enorme. Ver para crer.
A Igreja da Graça é um templo gótico flamejante, da transição do séc. XIV para o séc. XV, o que quer dizer que é mais ou menos contemporânea do Mosteiro da Batalha. Não admira, por isso, que o seu pórtico apresente grandes semelhanças com o deste último. Impressionante é também a sua espetacular rosácea, que parece de filigrana, mas foi esculpida num só bloco de pedra!
A Igreja da Graça já não é usada para a prática de qualquer culto religioso e funciona como uma espécie de panteão de figuras gradas, onde se destaca o túmulo de Pedro Álvares Cabral.
editado por Fernando Ribeiro às 02:36
Comentários: 3
Foi esta belíssima rosácea o que primeiro despertou a minha atenção.
Um abraço, Fernando!
peço desculpa, mas caso não tenha lido a minha resposta ao seu comentário sobre o meu último diálogo com Camões, aqui lhe deixo um soneto que penso ser altamente compensatório de todos os sermões com que a minha Musa o brindou https://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt/conversando-com-camoes-no-seu-929220
Outro abraço!
Obrigado, Maria João, por essa sua resposta cheia de sensualidade a Luís de Camões. Não sei porquê, fez-me lembrar o "Soneto da Fidelidade", de Vinícius de Moraes, em cuja última estrofe se pode ler: «Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure» (https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/soneto-de-fidelidade.
Eu não sei que reação tiveram aos seus poemas as diversas mulheres que Camões cortejou, mas chama foi coisa que de certeza ele teve em abundância. Elas eram a Natércia, a Dinamene, a Bárbara e mais não sei quantas, incluindo uma morta, para quem ele escreveu: «Alma minha gentil que te partiste / tão cedo desta vida...» Parece-me que o soneto de Vinícius de Moraes assenta como uma luva em Luís de Camões.
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