Judeus e árabes em harmonia
A orquestra que tem o curioso nome de West-Eastern Divan Orchestra foi fundada em 1999 pelo palestiniano Edward Said e pelo judeu Daniel Barenboim, com vista a integrar, numa mesma orquestra, músicos judeus e músicos árabes, oriundos de Israel, Palestina, Líbano, Síria, Egito e outros países do Médio Oriente, incluindo o Irão, que não é árabe.
A intenção que presidiu à criação desta orquestra consistiu em lançar uma ponte entre irmãos profundamente desavindos, provando que a sua convivência é possível e até desejável. Como a orquestra está sediada em Sevilha, a convite do Governo Regional da Andaluzia, também integra três ou quatro músicos espanhóis. Após a morte do fundador Edward Said, em 2003, o maestro e pianista Daniel Barenboim decidiu continuar o projeto, que se mantém ativo neste ano de 2024.
A designação West–Eastern Divan Orchestra vem do nome de um conjunto de poemas líricos do alemão Johann Wolfgang von Goethe, que se chama West‑östlicher Divan no original e que foi inspirado na obra do poeta persa Hafez, que viveu no séc. XIV. A multiplicidade de referências culturais que o nome da orquestra deste modo evoca é uma expressão dos propósitos de diálogo e de entendimento entre diferentes povos e diversas culturas que presidiram à sua criação.
Em Portugal, esta sinfonia raramente é chamada pelo seu nome. Chamam-lhe a Quinta Sinfonia e está tudo dito. Não é sequer preciso dizer que ela é de Beethoven. Mas o nome que alguém deu a esta sinfonia, que não foi Beethoven, é Sinfonia do Destino. Diz-se que a sinfonia começa com as pancadas dadas pelo destino batendo à porta, mas as pancadas tanto podem ser do destino como de outra coisa qualquer, conforme a imaginação de cada pessoa. Durante a 2.ª Guerra Mundial, estas pancadas passaram a ter um outro significado: elas correspondem à letra V em código Morse. V de Vitória.
Comentários: 1
É obra, o que hoje aqui aprendi enquanto ouvia a Sinfonia do Destino!
Algures, de um lugar muito recôndito da memória a história do V de Vitória pareceu-me fazer eco... Talvez alguém mo tenha contado na infância ou eu mesma o tenha lido, que eu, em pequenina, lia tudo o que me vinha parar às mãos...
Um abraço!
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