24 maio 2024

Laocoonte e os seus filhos


Laocoonte e os Seus Filhos, também chamada Grupo de Laocoonte, escultura helenística de mármore, atribuída por Plínio o Velho (23–79 D.C.) a três escultores da Ilha de Rodes, chamados Agesandro, Atenodoro e Polidoro. Segundo alguns especialistas, esta é a escultura original, feita algures entre os anos 40 A.C. e 37 D.C.; segundo outros, é uma cópia em mármore de um original que desapareceu, seria de bronze e dataria do ano 140 A.C., aproximadamente. Museu Pio-Clementino, Vaticano
(Clicar na imagem para ampliá-la)

Não há acordo sobre a mítica personagem do troiano Laocoonte. Para uns, Laocoonte foi um sacerdote de Apolo, o deus do sol, a quem tinha sido imposta a obrigação do celibato. Laocoonte não cumpriu esta obrigação, juntando-se a uma mulher, com a qual teve dois filhos. A fim de castigá-lo, Apolo enviou duas serpentes para matar os filhos, mas Laocoonte também acabou por morrer quando tentava salvá-los.

Há também quem diga que o castigo de Laocoonte se deveu ao facto de ele ter desconfiado do cavalo de madeira que os gregos tinham introduzido em Tróia com soldados dentro para conquistar a cidade, espetando uma lança no cavalo. Há ainda quem diga que quem enviou as serpentes não foi Apolo, mas sim Poseidon, o deus dos mares.

Enfim, estes pormenores não são muito importantes, a não ser para servirem de enquadramento temático a esta extraordinária escultura, que mostra um homem e dois rapazes debatendo-se desesperadamente contra o ataque de duas serpentes. O enorme dramatismo que esta obra expressa contrasta flagrantemente com a serenidade de muitas das esculturas da Grécia Antiga. Esta escultura é um dos expoentes do Helenismo, que resultou do contacto frutuoso da cultura grega com as culturas dos povos conquistados por Alexandre o Grande (356–323 A.C.).

Comentários: 2

Blogger Rogério G.V. Pereira escreveu...

Por vezes
as pedras falam
(embora não digam tudo)

Abraço

25 maio, 2024 12:13  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

É verdade, Rogério. As pedras por vezes falam, e algumas são mesmo muito eloquentes, como esta.

Ao longo da História se fizeram e desfizeram impérios, alguns dos quais quase não deixaram rasto. O império de Alexandre, pelo contrário, apesar de ter sido tão efémero, deixou marcas que foram muitíssimo além do que se poderia imaginar, se apenas atentássemos na extrema brevidade da sua duração. Alexandre assumiu o poder na Macedónia aos vinte anos de idade e morreu aos trinta e dois, depois de ter estendido o seu poder desde a Grécia até à Índia! Após a sua morte, o império dividiu-se, até que desapareceu por completo com a chegada dos romanos, mas o rasto deixado pelo "furacão" Alexandre deixou profundas marcas que permaneceram durante muitos séculos. Isto foi assim, porque os gregos não se limitaram a conquistar terras e povos. Eles assimilaram elementos das culturas dos países conquistados, sobretudo da Pérsia, e incorporaram-nos na sua própria cultura, dando origem ao Helenismo. Mais tarde, os romanos foram influenciados muito fortemente pela cultura grega, tal era a vitalidade desta, e espalharam-na pela Europa inteira. Não é por acaso que se diz que a Grécia é o berço da Europa.

26 maio, 2024 17:14  

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