20 agosto 2024

Os gatos têm sentimentos?


(Foto: Paulo rsmenezes)

Terão sentimentos os gatos, que são considerados independentes, desprendidos, caprichosos e egoístas?

Uma equipa de investigadores da Universidade de Oakland, na Califórnia, analisou o comportamento de mais de 450 gatos domésticos, que tinham vivido na mesma casa com um outro animal de companhia (outro gato ou mesmo um cão), o qual acabou por morrer. Como reagiram os gatos, quando de um dia para o outro ficaram sem o seu companheiro? Sentiram a sua falta? Ficaram tristes? Ou mantiveram-se indiferentes, como se nada tivesse acontecido?

Dos inquéritos feitos pelos investigadores junto dos donos, concluiu-se que os gatos sentiram a falta do seu companheiro morto, mesmo que este fosse um cão. Os gatos enlutados (chamemos-lhes assim) passaram a dormir menos, a comer menos, a miar mais e a pedir mais carícias aos seus donos, em busca de consolo. E quanto mais longa tivesse sido a convivência com o seu companheiro de brincadeiras, mais intensamente se manifestou este seu comportamento afetivo.

Poderemos concluir, então, que os gatos também têm sentimentos? Tudo indica que sim, mas há quem não esteja completamente convencido disto, argumentando que os gatos não fazem mais do que refletir a tristeza do dono, por ter perdido um seu animal de estimação. Não é fácil saber o que é que se passa dentro da cabeça de um gato, mas, até prova em contrário, os gatos têm sentimentos, mesmo quando não pareça.

Comentários: 5

Blogger Rogério G.V. Pereira escreveu...

Já lá dizia
alguém que sabia
gato, é poema
cão, é prosa

20 agosto, 2024 21:31  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Caro Rogério,

Nunca me passou pela cabeça uma tal comparação, mas parece-me que ela está certa. O gato é enigmático, como muita poesia. O cão é direto, como muita prosa.

Um abraço

22 agosto, 2024 02:36  
Blogger Clara escreveu...

Não tenho qualquer dúvida que os gatos têm sentimentos. Podem não ser iguais aos dos humanos.
Senão vejamos: os gatos sentem empatia tantos pelos humanos (seus donos ou não) e isso pode verificar-se de todas as vezes que eles nos dão "turrinhas" com a cabeça e se roçam nas nossas pernas; sentem-se carentes e muitas vezes até desespero quando lhes falta companhia, ou quando têm fome, e a forma forma de miado é completamente compungente; sentem alegria quando, depois de um dia inteiro de estarem sozinhos em casa, os seus donos chegam a casa do trabalho... e isso é perfeitamente visível pelas demonstrações efusivas de carinho, ronronadelas e e corridas malucas pela casa fora. E quando se enroscam no colo do seu humano favorito? Haverá lá maior demonstração de carinho do que essa??

Beijinho Fernando, gostei muito deste post
(^^)

22 agosto, 2024 10:02  
Blogger Isabel escreveu...

Mesmo que eles se manifestam pela tristeza do dono por perder um animal de estimação, há aí de qualquer maneira uma espécie de sentimento. Nunca tive gatos nem cães, mas acredito que há uma espécie de sentimento que une estes animais aos seus donos e a outros animais com quem convivem diariamente.
Bom fim-de-semana:))

23 agosto, 2024 13:32  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Antes de mais, muito obrigado pelos vossos comentários.

Os animais domésticos nascem geralmente num ambiente humano, são acarinhados pelos seus donos, alimentados pelos seus donos, etc. É portanto natural que eles encarem os seus donos como sendo alguém que lhes faz bem e dos quais esperam receber coisas boas. Logo, podem "gostar" dos seus donos unicamente por razões interesseiras. Eu não estou a dizer que os animais não tenham sentimentos, mas o simples facto de os cães abanarem a cauda e os gatos ronronarem, assim que veem os seus donos, não demonstra, por si só, que eles tenham sentimentos.

É claro que eles têm sentimentos, sobretudo os cães. Já todos ouvimos histórias de cães que, depois de o seu dono morrer, ficam junto do corpo do dono dia e noite, e até se recusam a comer, ao ponto de acabarem por morrer de fome, tão grande é o seu desgosto. Neste caso, sim, há um profundo sentimento por parte dos cães, porque já nada esperam do seu dono e, mesmo assim, permanecem-lhe fiéis.

Os gatos não morrem de desgosto pela morte do dono, mas também devem sofrer. Como os gatos são mais introvertidos do que os impulsivos cães, as suas manifestações de luto também são mais subtis e difíceis de descortinar. É esta a razão deste post, que nos mostra que os gatos também têm sentimentos, se alguma dúvida houvesse.

Um abraço

24 agosto, 2024 02:59  

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