22 janeiro 2025

A cerâmica dos índios Waurá, também chamados Waujá


Pôr-do-sol no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, Brasil, onde vivem os índios Waurá ou Waujá (Foto: Piratá Waurá)
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Cerâmica dos índios Waurá apresentada numa exposição (Foto: Piratá Waurá)
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Dois potes de barro decorados com desenhos tradicionais do Xingu e cujas tampas têm pegas que representam cabeças de onça. «Segundo a história quando não existia a humanidade o criador procurava água e encontrou na casa de um ser muito pote de água, no outro dia ele voltou flechando as potes e água explodiu (…)». (Foto: Piratá Waurá)
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Ultimando a decoração do fundo de uma grande panela de barro, destinada à preparação do beiju, uma espécie de grande panqueca confecionada a partir do polvilho de mandioca (Foto: Piratá Waurá)
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Recipiente de barro. «Quando o cacique escolhe seu sucessor que seja jovem é realizado a furação de orelha, nesse momento o pote é utilizado para anestesiar a orelha dos jovens» (Foto: Piratá Waurá)
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Duas grandes panelas de barro (Foto: Piratá Waurá)
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Alguns desenhos tradicionais utilizados na decoração da cerâmica são também empregues na pintura corporal (Foto: Piratá Waurá)
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Piratá Waurá é um talentoso fotógrafo pertencente ao povo Waurá ou Waujá, do Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, Brasil. Todas as imagens que ilustram este post são da sua autoria e foram colhidas na sua página pessoal no Instagram



Os artefatos da cultura material wauja são muito apreciados, tendo por isso uma das melhores entradas no mercado do artesanato indígena brasileiro. A sua singularíssima cerâmica é um emblema de sua etnicidade. Atualmente, a cerâmica tem um peso extraordinário na manutenção econômica da aquisição de bens industrializados.

(...) O sistema gráfico wauja está estruturado a partir da combinação de cinco elementos gráficos mínimos:

1) triângulos (retângulos e isósceles);

2) pontos;

3) círculos;

4) quadriláteros (losangos, quadrados, retângulos e trapézios);

5) linhas (retas e curvas).

Como em qualquer sistema de arte ornamental, são as combinações padronizadas dos elementos mínimos que determinam a formação de um motivo. O grafismo wauja utiliza aproximadamente de 40 a 45 motivos na ornamentação da cultura material, fora outros tantos especialmente usados na pintura corporal. Apesar dessa riquíssima variedade de motivos gráficos, apenas 16 motivos são empregados com frequência, e, dentre esses, o motivo kulupienê tem sido desenhado com altíssima frequência sobre todos os tipos de suportes desde a primeira notícia histórica sobre os xinguanos em 1884. Este motivo também foi identificado em cerâmicas do século XII.




Aristóteles Barcelos Neto, antropólogo brasileiro

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