Espírito da Floresta
Esta estranha escultura nigeriana é chamada Espírito da Floresta e retrata os perigos existentes numa floresta de mangues ou mangal. O povo Ijo, a que pertenceu o criador desta obra de arte, é um povo que habita no delta do Rio Níger, onde o mangal é uma vegetação dominante.
O mangal é um tipo de vegetação existente no litoral de regiões equatoriais e tropicais, que está adaptada a viver num ambiente alagadiço e sujeito à subida e descida das marés. A água onde cresce o mangal tanto pode ser salgada como salobra. Além de serem capazes de viver em condições de salinidade que matariam qualquer outra planta, os mangues possuem raízes parcialmente descobertas, que sustentam a planta "no ar", sugerindo muitas vezes as patas de um aranhiço. As raízes de muitos mangues reunidos dão ao mangal um aspeto característico.
Além de ser uma importantíssima barreira que protege a costa contra a erosão marítima, o mangal constitui um ecossistema riquíssimo do ponto de vista biológico, sendo habitado por numerosas espécies animais como peixes, crustáceos, sanguessugas, macacos, répteis, batráquios e muitos outros bicharocos que vivem na água, no coberto vegetal ou são anfíbios.
O mangal de um delta, como o do Níger, constitui um labirinto de ilhas entre as quais serpenteiam os braços do rio e no qual é fácil alguém se perder. Além disso, a existência de cobras e outras espécies perigosas para o ser humano impõe que se tenha o maior cuidado quando se penetra no mangal. A curiosa escultura acima representada chama a atenção, de uma forma extraordinariamente sugestiva, para os perigos existentes no mangal do delta do Níger.
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