Louis Armstrong nos primórdios do jazz
Muskrat Rumble, de Ed Ory e R. Gilbert, por Louis Armstrong and his Hot Five, com Louis Armstrong em corneta, Edward Kid Ory em trombone, Johnny Dodds em clarinete, Lilian Haedin-Armstrong em piano e John Saint‑Cyr em banjo. Gravado em Chicago a 11 de dezembro de 1925
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A música dos loucos anos 20. O puto Satchmo em Chicago começava a invadir a América antes de conquistar o mundo. Ninguém tinha ouvido tocar assim uma corneta e a música era hot, swing, fora os outros condimentos… O Jass (como se escrevia na época) aparecia como música de dança, era a moda, era uma música alegre, participada. Vindo de New Orleans, Armstrong entrara em cena pela mão do primeiro rei, Sy Oliver, outro grande trompetista e vai daí formou um pequeno conjunto a que chamou, evidentemente, Hot Five. Só gravou obras‑primas, fora as que tocou e se perderam por bailes, clubes e outras casas. «Muskrat Rumble» é um must da cultura musical da época, está lá tudo o que definia o jazz de então, o jazz antigo, clássico, de New Orleans: improvisação colectiva, solos, swing a rodos, Satchmo perfeito a dominar os ensembles e genial a solo, o típico som de rua, banjo, música pulada, dixieland, fox-trot e todos de acordo. Música que dá trabalho ouvir, para ouvir todos e cada um, não se percam do banjo, do clarinete, dos glissandos do trombone e das monumentais intervenções de Satchmo. O jazz tinha começado e de que maneira!”
José Duarte (1938–2023)
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