A Vénus de Newton ou o Binómio de Milo
No seu eterno esforço para tentar compreender o Universo, o Homem construiu um edifício de conhecimentos de tal maneira belo, na sua extrema abstracção, que mais parece divino do que humano: a Matemática.
Este edifício cresceu a um ponto tal que nos permite, hoje, conceber tantos universos quantos quisermos e com tantas dimensões quantas desejarmos (mesmo que não consigamos imaginá-los), em vez deste universo aparentemente único e a quatro pobres dimensões (três espaciais e uma temporal) em que nos movimentamos. Se Deus existe, a Matemática é o seu rosto visível.
De que outra maneira, senão através da Matemática, seríamos nós capazes de encontrar alguma semelhança entre a forma que as nuvens tomam no céu e a ocorrência de engarrafamentos de trânsito na hora de ponta?
Não admira, portanto, que Fernando Pessoa ("vestindo a pele" de Álvaro de Campos) se tenha apercebido da extraordinária beleza da Matemática e se tenha atrevido a comparar o Binómio de Newton à Vénus de Milo:
O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó - óóóóóóóóó - óóóóóóóóóóóóóóó
(O vento lá fora.)
(A solução para o Binómio de Newton pode ser vista numa página da Web que, por sua vez, tem uma ligação para uma outra com este poema.)
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