Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Muito obrigado. A minha mãe foi uma mulher absolutamente extraordinária. Ficou viúva com seis filhos a seu cargo, aos 36 anos de idade, e criou-os a todos sozinha. Seis filhos, é o mesmo que dizer seis mafarricos que lhe punham a cabeça em água. Não há palavras para descrever a mulher de fibra que ela foi. Uma guerreira. Morreu suavemente e repousa agora na paz dos bravos.
Fico muito sensibilizado pelas suas palavras. Apesar das batalhas que teve que enfrentar, e que foram muito maiores do que se possa imaginar, a minha mãe era uma pessoa jovial. O sorriso era a sua imagem de marca. A minha mãe arregaçava as mangas, enfrentava as adversidades, contra tudo e contra todos, e acabava por dar a volta por cima, sorridente. Ela era mulher, era este o seu segredo. Se fosse homem, ter-se-ia tornado amargo e revoltado contra o destino. Por muito brutamontes que pareçam ser, os homens são mais mariquinhas do que as mulheres. O verdadeiro sexo forte é o sexo feminino.
Fernando, um grande e sincero abraco, há dias em que as palavras emudecem na garganta... um lindo poema que, certamente, vai por alegria no coracao da sua mae. Nao há morte, simplesmente transformacao, como cristao gnóstico, assim acredito. O que diz de sua mae, faz lembrar a minha avó materna, uma mulher de fibra, luta e muita coragem, nao ficou viúva aos 36 anos mas teve um marido ausente, voltado para a folia, gostava de noites de rebita e mulheres. O estranho é que nao bebia. Meu caro Fernando, tem razao ao dizer: " O verdadeiro sexo forte é o sexo feminino." E pela foto que postou, há uma fragilidade física mas espiritualmente, interiormente, era, por certo como minha avó, um sorriso aberto e uma vontade férrea.
Namibiano, muito obrigado pelas suas palavras de conforto. A minha mãe não era frágil fisicamente, embora não fosse propriamente uma atleta de lançamento do martelo... Enfim, fisicamente era uma mulher normal.
O meu pai, pelo contrário, era bastante doente, mas mesmo assim ninguém esperava que morresse tão cedo. Morreu de noite, vítima de um ataque cardíaco, deixando a minha mãe com cinco filhos pequenos (eu próprio tinha 8 anos) e uma filha na barriga. É verdade, a minha mãe estava grávida quando o meu pai morreu! Estava já no fim da gravidez. A minha irmã mais nova nasceu três dias depois do falecimento do pai. Para a minha mãe, deve ter sido como se o universo inteiro tivesse desabado em cima dela.
A minha mãe amava o meu pai e o meu pai amava a minha mãe. Eram um casal feliz até que a desgraça bateu à porta. O meu pai era um homem muito trabalhador e dedicado à família. Era mesmo! Em cima de um armário que está aqui atrás de mim, encontra-se um grande camião de brinquedo que o meu pai fez com as suas próprias mãos expressamente para mim, quando eu tinha à volta de seis anos de idade.
Depois que enviuvou, a minha mãe não voltou a casar. O meu pai tinha sido o homem da sua vida e ela não quis outro. Preferiu passar a enfrentar o mundo sozinha. E venceu.
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Um sentido abraço.
Muito obrigado. A minha mãe foi uma mulher absolutamente extraordinária. Ficou viúva com seis filhos a seu cargo, aos 36 anos de idade, e criou-os a todos sozinha. Seis filhos, é o mesmo que dizer seis mafarricos que lhe punham a cabeça em água. Não há palavras para descrever a mulher de fibra que ela foi. Uma guerreira. Morreu suavemente e repousa agora na paz dos bravos.
E bonita, um sorriso meigo de menina. Bonita a fotografia que escolheu para aqui se despedir dela e bonito o poema que diz tão apropriadas palavras:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
Dentro do seu coração, ela estará sempre presente por si.
Fico muito sensibilizado pelas suas palavras. Apesar das batalhas que teve que enfrentar, e que foram muito maiores do que se possa imaginar, a minha mãe era uma pessoa jovial. O sorriso era a sua imagem de marca. A minha mãe arregaçava as mangas, enfrentava as adversidades, contra tudo e contra todos, e acabava por dar a volta por cima, sorridente. Ela era mulher, era este o seu segredo. Se fosse homem, ter-se-ia tornado amargo e revoltado contra o destino. Por muito brutamontes que pareçam ser, os homens são mais mariquinhas do que as mulheres. O verdadeiro sexo forte é o sexo feminino.
Fernando, um grande e sincero abraco, há dias em que as palavras emudecem na garganta... um lindo poema que, certamente, vai por alegria no coracao da sua mae.
Nao há morte, simplesmente transformacao, como cristao gnóstico, assim acredito.
O que diz de sua mae, faz lembrar a minha avó materna, uma mulher de fibra, luta e muita coragem, nao ficou viúva aos 36 anos mas teve um marido ausente, voltado para a folia, gostava de noites de rebita e mulheres. O estranho é que nao bebia.
Meu caro Fernando, tem razao ao dizer: " O verdadeiro sexo forte é o sexo feminino." E pela foto que postou, há uma fragilidade física mas espiritualmente, interiormente, era, por certo como minha avó, um sorriso aberto e uma vontade férrea.
Sincero kandandu.
Namibiano, muito obrigado pelas suas palavras de conforto. A minha mãe não era frágil fisicamente, embora não fosse propriamente uma atleta de lançamento do martelo... Enfim, fisicamente era uma mulher normal.
O meu pai, pelo contrário, era bastante doente, mas mesmo assim ninguém esperava que morresse tão cedo. Morreu de noite, vítima de um ataque cardíaco, deixando a minha mãe com cinco filhos pequenos (eu próprio tinha 8 anos) e uma filha na barriga. É verdade, a minha mãe estava grávida quando o meu pai morreu! Estava já no fim da gravidez. A minha irmã mais nova nasceu três dias depois do falecimento do pai. Para a minha mãe, deve ter sido como se o universo inteiro tivesse desabado em cima dela.
A minha mãe amava o meu pai e o meu pai amava a minha mãe. Eram um casal feliz até que a desgraça bateu à porta. O meu pai era um homem muito trabalhador e dedicado à família. Era mesmo! Em cima de um armário que está aqui atrás de mim, encontra-se um grande camião de brinquedo que o meu pai fez com as suas próprias mãos expressamente para mim, quando eu tinha à volta de seis anos de idade.
Depois que enviuvou, a minha mãe não voltou a casar. O meu pai tinha sido o homem da sua vida e ela não quis outro. Preferiu passar a enfrentar o mundo sozinha. E venceu.
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