31 dezembro 2015

Alguma música para a passagem de ano


In the Mood, por Glenn Miller e a sua orquestra


La Foule, por Edith Piaf


Tic-tac do meu Coração, por Carmen Miranda


Hit the Road, Jack, por Ray Charles


Auld Lang Syne, uma canção escocesa tradicionalmente cantada durante a passagem de ano, pela Orquestra Sinfónica da BBC

Comentários: 5

Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Eu não gosto de balanços de fim de ano, mas julgo que devo uma explicação acerca do que aconteceu comigo em 2015.

Em fevereiro foi-me diagnosticado cancro na bexiga. Um tumor maligno tinha crescido dentro da minha bexiga sem que eu sentisse o que quer que fosse, até que ele rompeu um vaso sanguíneo. De um momento para o outro, comecei a urinar sangue. Muito sangue. Tanto sangue, que tive que ser submetido a uma cirurgia de urgência para estancar a hemorragia e extrair o tumor. «Um monstro», como o cirurgião o caracterizou.

Após esta cirurgia, os exames que me foram feitos revelaram que o tumor não era superficial, antes se tinha enraizado na própria bexiga. Era necessário retirar esta mesma. Em abril, fui submetido a uma segunda operação cirúrgica, que consistiu numa cistectomia radical, isto é, na remoção de toda a bexiga e também da próstata, que veio junta. Para substituir a bexiga retirada, foi-me cortado um pedaço do intestino delgado, para passar a ser ele a recolher a urina. Ainda houve necessidade de refazer todas as ligações nervosas, uma a uma, que a retirada da bexiga tinha interrompido. Ao todo, a complexa operação durou 8 horas.

Estive internado num hospital quinze dias certos. Durante esta estadia, tomei o firme propósito de não interromper a publicação deste meu blog, por nada deste mundo, e de não refletir nele as provações por que eu estava a passar. Nomeadamente, o post A bicicleta que tinha bigodes foi publicado por mim, semideitado na cama do hospital, "ligado" a uma máquina de soro e com três tubos a saírem-me da barriga, e ainda uma algália. Talvez tenha sido por causa do meu estado que o post ficou praticamente incompreensível. Deixei-o ficar assim mesmo, como testemunho de um tempo difícil para mim. Os dois posts seguintes também foram publicados a partir do quarto do hospital, mas então eu já me encontrava sentado num sofá.

Felizmente para mim, o hospital tinha uma excelente rede Wi-Fi, o que me permitiu navegar na internet, publicar no blog e trocar comentários, emails e mensagens com outros internautas. Não sei o que seria de mim sem a "Santa Internet". Teria certamente ficado a cismar na triste situação em que me encontrava e talvez entrasse em depressão.

Quando me deu alta, o médico comunicou-me: «Pode considerar-se curado». E repetiu «pode considerar-se curado», acrescentando: «Ainda tem muitos anos de vida à sua frente». Note-se que ele não me disse «está curado»; disse «pode considerar-se curado». Quem alguma vez teve cancro, nunca pode ter a certeza absoluta de que ficou livre dele para sempre.

Quando regressei a casa, comecei a minha recuperação, dentro das limitações impostas pela posse de uma bexiga artificial. Estas limitações não são nada de especial; apenas demoro muitíssimo mais tempo a urinar do que antes.

Quando eu estava no hospital e me olhava ao espelho, achava que o meu aspeto era medonho. As peles caídas, os músculos atrofiados, os ossos a verem-se quase à transparência, a minha resistência física igual a zero, etc. Chegado a casa, delineei um plano de recuperação: comer com abundância, muita variedade e muitas calorias; fazer caminhadas a pé, pouco a pouco e cada vez mais longas; e todos os dias fazer uma sessão de ginástica do tipo manutenção, com a duração de meia hora a três quartos de hora.

O resultado deste meu programa de recuperação foi verdadeiramente assombroso. Parece milagre. Para documentá-lo, resolvi colocar aqui no blog um meu retrato, feito em outubro passado, ou seja, cerca de seis meses depois da cirurgia. Como se pode ver, não só recuperei o meu antigo vigor físico, como até me parece que nunca tive tanto músculo na minha vida como agora! Só na cara é que envelheci visivelmente. Não admira, depois de tudo por que passei.

Agora aguardo a chegada do ano 2016 com confiança. E cheio de músculos...

31 dezembro, 2015 01:23  
Blogger Koluki escreveu...

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=601535856667375&set=a.368734286614201.1073741828.100004328986353&type=3&theater

31 dezembro, 2015 16:52  
Blogger Koluki escreveu...

P.S.: Obrigada pela Musica, amigo.

31 dezembro, 2015 16:53  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Amiga Koluki,

Não sei como lhe agradecer as palavras tão generosas que me dedica. Fiquei sem palavras. Como sei, através do seu blog, que a minha amiga tem sofrido muito, pelo menos moralmente, ao longo da sua vida, desejo-lhe a maior felicidade do mundo.

Um grande abraço.

01 janeiro, 2016 03:52  
Blogger Koluki escreveu...

Porque por vezes, quase sempre, a musica fala melhor que as palavras…

“(…) Oh and then for the times when we're apart
Well, then close your eyes and know
The words are coming from my heart
And then if you can remember

Keep smiling, keep shining
Knowing you can always count on me, for sure
That's what friends are for
For good times and bad times
I'll be on your side forever more
That's what friends are for (…)”

https://youtu.be/V22ahe9xzC4

01 janeiro, 2016 18:00  

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