14 fevereiro 2022

Elegia Siciliana

Grego não, que não sou, mas que saudades
Duma Grécia de artistas e de crentes
Em paisagens e formas permanentes
Onde se apaga a marca das idades!

Pobre latino, já cristão, perdido
Para os deuses pagãos, homem vencido
Pelo arrocho da cruz,
Não tenho olhos, nem serenidade,
Para olhar a verdade
Desta luz!

Miguel Torga (1907–1995)


Cópia romana reduzida, de bronze, datada do ano II D. C., do Discóbolo, do escultor grego Míron (480–440 A. C.). Glyptothek, Munique, Alemanha

Comentários: 5

Blogger Ricardo Santos escreveu...

A célebe estátua do "Discóbolo" com uma poesia lindissima de Torga !

15 fevereiro, 2022 14:41  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Só sabemos que a estátua do Discóbolo existiu através das cópias que dela se fizeram, porque o original desapareceu há muitos séculos. É pena, porque devia ser uma escultura verdadeiramente extraordinária.

16 fevereiro, 2022 18:54  
Blogger São escreveu...

Este comentário foi removido pelo autor.

25 fevereiro, 2022 15:15  
Blogger São escreveu...

Gostei de vir até aqui e ver este poema de Miguel Torga ,além do Discóbolo. Também de lembrar Sicília e Grécia.

Cordiais saudações

25 fevereiro, 2022 15:21  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Cara São,
Não deixa de ser curiosa a referência à Grécia num poema que é dedicado à Sicília. Com toda a certeza, foi a luminosidade mediterrânica que terá levado Miguel Torga a associar a Sicília à Grécia e aos deuses pagãos.

Obrigado pelo comentário.

26 fevereiro, 2022 02:33  

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