Elegia Siciliana
Grego não, que não sou, mas que saudades
Duma Grécia de artistas e de crentes
Em paisagens e formas permanentes
Onde se apaga a marca das idades!
Pobre latino, já cristão, perdido
Para os deuses pagãos, homem vencido
Pelo arrocho da cruz,
Não tenho olhos, nem serenidade,
Para olhar a verdade
Desta luz!
Miguel Torga (1907–1995)
Cópia romana reduzida, de bronze, datada do ano II D. C., do Discóbolo, do escultor grego Míron (480–440 A. C.). Glyptothek, Munique, Alemanha
Comentários: 5
A célebe estátua do "Discóbolo" com uma poesia lindissima de Torga !
Só sabemos que a estátua do Discóbolo existiu através das cópias que dela se fizeram, porque o original desapareceu há muitos séculos. É pena, porque devia ser uma escultura verdadeiramente extraordinária.
Este comentário foi removido pelo autor.
Gostei de vir até aqui e ver este poema de Miguel Torga ,além do Discóbolo. Também de lembrar Sicília e Grécia.
Cordiais saudações
Cara São,
Não deixa de ser curiosa a referência à Grécia num poema que é dedicado à Sicília. Com toda a certeza, foi a luminosidade mediterrânica que terá levado Miguel Torga a associar a Sicília à Grécia e aos deuses pagãos.
Obrigado pelo comentário.
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