18 maio 2011

Há cem anos morreu Gustav Mahler


Gustav Mahler (1860-1911) foi um compositor nascido na Boémia, que fica na atual República Checa, no seio de uma família judaica de língua alemã. Foi contudo em Viena, capital do Império Austríaco, ao qual a Boémia pertencia então, que ele desenvolveu a maior parte da sua atividade artística como regente de orquestra e diretor da célebre Ópera da cidade. Foi também em Viena que ele viria a falecer há cem anos, precisamente. Muita da sua produção musical, na sua qualidade de compositor, foi contudo criada ou, pelo menos, congeminada numa casa de campo que ele possuía no Alpes austríacos, onde costumava passar o Verão e procurar inspiração.

Gustav Mahler é frequentemente considerado o último dos grandes compositores do Romantismo. Na verdade, ele foi mais do que isso. Mahler estabeleceu a ponte entre o Romantismo do séc. XIX e o Modernismo do séc. XX. Sem romper totalmente com o Romantismo (era um grande admirador de Johannes Brahms, por exemplo), Gustav Mahler teve também uma grande influência em Arnold Schönberg e nos discípulos deste, que empreenderam uma revolução na música europeia no início do séc. XX.

A peça que proponho ouvir, nesta evocação do centenário da morte de Gustav Mahler, é o seu célebre Adagietto, que é o 4º andamento da sua Sinfonia nº 5. Quem alguma vez assistiu ao filme Morte em Veneza, que o grande realizador italiano Luchino Visconti fez a partir de um romance de Thomas Mann, dificilmente conseguirá evitar associar esta peça musical ao dramático final do genial filme. Peço no entanto que se faça um esforço por escutar esta obra sem a associar ao filme. O Adagietto deve ser apreciado como tal, isto é, como uma obra de arte em si mesma, e não como uma mera ilustração (ainda que magistralmente conseguida) de uma cena de um filme.



4º Andamento (Adagietto) da Sinfonia nº 5, de Gustav Mahler, pela Orquestra Filarmónica de Viena, dirigida por Leonard Bernstein

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