Serena beleza
Esta figura de rara beleza e serenidade é um pingente de marfim dos princípios do séc. XVI, proveniente do Reino do Benim, na actual Nigéria.
Os sulcos escuros que se vêem na fronte são o lugar onde esteve cravado o colar de onde a figura pendia.
Ao alto, em forma de diadema, vêem-se cabeças de portugueses barbudos, com um aspecto muito fantasmagórico!
Comentários: 8
Tenho lido tudo mas os miúdos tiraram-me do sério. A minha cunhada dá aulas no 1º ciclo. A última:
- De onde vêm as alfaces?
Um: -Das árvores!!
Outro: -Dâââh, as alfaces são arbustos!!
Isto é verdade!
Alguém exclamou, a propósito não sei de quê:
- Ena pá! Espectacular!
Um miúdo que isto ouviu, comentou:
- Espectacular? Mas os colares não espetam!
Já não passava aqui há algum tempo... mas continua tudo muito bom.
Só uma questão de quem é muito menos do que leigo na matéria: como se sabe que os barbudos horríveis são portugueses?
Inominável, eu limitei-me a repetir aquilo que habitualmente se diz acerca dessas cabeças. Os livros de arte que publicam fotografias deste pingente costumam dizer isto mesmo: os barbudos dispostos em diadema são portugueses.
Com efeito, o aparecimento nas costas do Golfo da Guiné de uns barbudos, que tinham uma pele da cor de almas do outro mundo, pode ter causado alguma sensação nas populações negras da região. Ou não. Esta sensação pode não ter existido de todo, porque devia aparecer por lá, ocasionalmente, um ou outro mercador vindo do Norte de África.
Olhe, não sei. É habitual afirmar-se que as cabeças barbudas são de portugueses e eu repeti.
Que bela figura. Uma grande busca histórica. É o recontar da história e a valorização da arte africana.
Bem haja mais
Caro Olho Atento, a valorização da arte africana não devia ser necessária, dada a sua extraordinária qualidade, mas infelizmente é.
A arte africana desempenhou um papel fundamental na revolução da arte europeia ocorrida no séc. XX. Ao descobrirem a arte africana, os artistas europeus descobriram uma nova forma de ver o mundo, de o sentir e de o descrever. A arte europeia tem uma enorme dívida de gratidão em relação a África.
a começar já no Picasso...
Sem dúvida, Inominável. Pablo Picasso, de seu nome completo Pablo Diego Jose Francisco de Paula Juan Nepomuceno Crispin Crispiniano de la Santisima Trinidad Ruiz Blasco Picasso y Lopez (uf!), disse uma vez que tinha sido contagiado pelo vírus da Arte Africana.
Enviar um comentário