31 outubro 2011

«Odeiem-me mas temam-me»

Busto de Calígula, Museu do Louvre, Paris (Foto: ChrisO)

«Odeiem-me mas temam-me» é uma frase atribuída a Calígula, que foi um dos mais sanguinários imperadores romanos.

De seu nome próprio Caio Júlio César Augusto Germânico, Calígula foi imperador de Roma entre os anos 37 e 41. No início do seu império, Calígula foi muito popular entre os romanos, não só por ser filho de um notável general, chamado Germânico, mas sobretudo porque deu mostras de uma grande capacidade administrativa e de muita generosidade em relação ao povo e ao exército. O Império Romano assistiu então a um período de muita prosperidade.

Após uma doença grave que contraiu, porém, Calígula alterou radicalmente o seu comportamento e a sua governação. Em vez do imperador generoso que tinha sido até então, passou a ser um tirano extraordinariamente cruel e caprichoso, que excedeu as raias da loucura.

Assim, Calígula começou a apresentar-se como um deus diante do povo, tendo mesmo mandado construir três templos dedicados a si próprio, mandou assassinar um grande número de pessoas com o fim único de se divertir, manteve relações incestuosas com as suas três irmãs e obrigou-as a prostituir-se, etc. Para cúmulo, quis fazer do seu cavalo cônsul e sacerdote! Em resultado de um tal comportamento, não admira que Calígula tenha vivido pouco tempo. Foi assassinado aos 28 anos de idade por elementos da guarda pretoriana.

29 outubro 2011

Mahalia Jackson

No passado dia 26 de outubro assinalaram-se os 100 anos do nascimento de Mahalia Jackson e eu não me apercebi disso. Peço desculpa pelo atraso e deixo aqui a minha homenagem a esta extraordinária cantora de Gospel e grande lutadora pelos direitos cívicos dos negros norte-americanos, ao lado de Martin Luther King.

Mahalia Jackson nasceu em Nova Orleans em 1911 e faleceu em Chicago em 1972. Oriunda de uma família negra muito humilde, Mahalia Jackson atingiu os píncaros da fama graças à sua poderosíssima voz de contralto e ao profundo sentimento com que cantava os seus maravilhosos espirituais negros.

Para esta minha evocação de Mahalia Jackson, selecionei dois vídeos. A qualidade das imagens e do som destes vídeos deixa muito a desejar, é certo, mas o que eu pretendo com eles é dá-la a ouvir comunicando com a sua própria gente e mostrar a intensidade com que ela vivia a sua fé e exprimia a sua esperança. Por isso escolhi estes vídeos e não outros.


How I Got Over, por Mahalia Jackson


I Believe, por Mahalia Jackson

26 outubro 2011

O Menino Jesus da Cartolinha

O Menino Jesus da Cartolinha (Foto: Manolacas)

Menino Jesus da Cartolinha ou Nino Jasus de la Cartolica. Assim é chamada, respetivamente em português e em mirandês (as duas línguas oficiais de Portugal), uma imagem do Menino Jesus que está na Sé Catedral de Miranda do Douro.

A imagem, que é comovente na sua ingenuidade popular, não é muito antiga. Deve datar dos finais do séc. XVII ou já do séc. XVIII. A cartola, que ela habitualmente ostenta e que lhe dá um aspeto ainda mais ingénuo, é ainda mais recente, claro, pois no tempo em que a imagem foi feita ainda não se usavam cartolas. A cartola, portanto, é dos finais do séc. XIX ou mesmo do séc. XX.

Outro aspeto que caracteriza esta imagem é o seu abundantíssimo enxoval, constituído por peças de roupa miniaturais que as gentes de Miranda têm oferecido ao Menino ao longo dos tempos. Entre as peças de roupa mais recentes, contam-se fardas da GNR e da PSP, que foram recentemente oferecidas pelo antigo minstro da Administração Interna, Rui Pereira, que é natural do concelho, mais propriamente da freguesia de Duas Igrejas (Dues Eigreijas em mirandês). Vale a pena entrar na bela Sé de Miranda do Douro e dar uma olhada atenta a esta encantadora imagem, pois ela merece.


Ao Menino Jesus da Cartolinha está associada uma lenda. Embora as lendas costumem relatar supostos acontecimentos que ocorreram há muitos séculos, esta não é muito mais antiga do que a imagem. Mas vale a pena contá-la. Socorro-me de um texto que está no sítio (em português) da Junta de Freguesia de Miranda do Douro na Internet. Diz assim:


«A lenda vem do período de 1706 a 1713. Foi neste tempo, mais concretamente, em 1711 que o exército castelhano invadiu Miranda e a assolou durante vários meses.

Quando a cidade se encontrava invadida, saqueada e vexada pelos castelhanos e sem esperança de remissão, esperando o reforço das nossas tropas que nunca mais chegava, aparece nas muralhas um menino vestido de fidalgo cavaleiro chamando os mirandeses e gritando às armas contra os invasores. De todas as casas sai gente armada de foices, gadanhas, espingardas e varapaus para escorraçar os espanhóis.

À frente dos mirandeses o menino ora aparecia ora desaparecia, até que no fim da luta e depois da cidade libertada o menino não mais se viu. Procuraram-no por toda a parte, mas em vão. O pequeno "General" tinha desaparecido. Os mirandeses consideraram que se tratava de um autêntico milagre esta vitória contra os espanhóis e que foi sem dúvida um favor muito grande do Menino Jesus.

Mandaram então esculpir uma imagem do Menino Jesus vestido de fidalgo cavaleiro, à maneira do tempo e colocaram-no num altar da catedral.»


Em resultado do papel atribuído pela lenda ao Menino Jesus da Cartolinha na luta contra os espanhóis, diz-se que a imagem foi "promovida" ao posto de capitão pelo Exército Português! Não sei se é verdade, mas foi o que me contaram.

O Menino Jesus da Cartolinha vestido com a capa de honras tradicional de Miranda do Douro (Foto: Paulo Moreira)

22 outubro 2011

Franz Liszt, 200 anos

Franz Liszt tocando piano diante do imperador austro-húngaro Francisco José e da imperatriz Elisabeth (Sissi)

Completam-se hoje 200 anos sobre o nascimento do pianista, compositor, professor de música e maestro húngaro Franz Liszt (Liszt Ferenc em húngaro), que foi uma personalidade de primeiríssimo plano da música do séc. XIX.

Franz Liszt foi um pianista extraordinário, aclamado em toda a Europa. Não existem registos sonoros das suas interpretações, como é evidente, mas os testemunhos que os seus contemporâneos nos deixaram são tão entusiásticos, que há quem pense que ele deve ter sido o maior pianista de todos os tempos!

Como compositor, Liszt legou-nos um conjunto de obras notáveis, tanto para piano como para orquestra, que se inserem na corrente do Romantismo. Ele introduziu diversas inovações na composição musical, que só viriam a ser devidamente desenvolvidas já no séc. XX, e criou a forma do chamado poema sinfónico, que muitos outros compositores viriam posteriormente a utilizar.

Foi-me muito difícil fazer uma seleção de obras de Franz Liszt, que pudesse dar a ouvir a quem visita este blogue. Elas são muitas e de enorme qualidade. Acabei por escolher duas composições, uma para piano e outra para orquestra. No entanto, durante as pesquisas que fiz, deparei-me com uma extraordinária interpretação da Sonata em Si Menor, por um dos maiores pianistas do Mundo: o brasileiro Nelson Freire. Eu não podia, de maneira nenhuma, pôr de parte uma tal interpretação. Por isso, aqui deixo três peças de Franz Liszt para serem ouvidas:

-- Gondoliera (peça baseada na canção "La biondina in gondoletta" de Giovanni Battista Peruchini), da suite "Deuxième année: Italie", pelo pianista alemão Wilhelm Kempf;

-- Les préludes (d'après Lamartine), poema sinfónico interpretado pela Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim, dirigida por Fricsay Ferenc;

-- Sonata para Piano em Si Menor, considerada a obra mais profunda que Liszt compôs para piano, pelo brasileiro Nelson Freire.

Espero que goste.






18 outubro 2011

A fome


(origem Kwanyama)

Quem pouco fala não diz nem bem nem mal
e o morto, no caixão
não tem voz ativa.
Tu, quando falas
matas os da cobra
e os da hiena
vão para a sepultura.

Para que nós, na desgraça, não roubemos
para que nós, viajantes, não roubemos ninguém
Senhor, Deus de Nangobe
dá-nos a chuva.
Avô dos miseráveis
Mãe dos pobres
Tio dos famintos
Mãe, Avô e Tio dos que caem nos caminhos da fome
faz sair a chuva
faz crescer os mantimentos
inunda-nos com a tua água.
Ajuda os pobres, Deus de Nangobe.
Cai chuva
e traz-nos a bênção
do canto das rãs.
Aonde dorme, a chuva?
Na figueira da Haudila?
Nos grandes paus de Solela?
Eu queria o vento.
Eu queria a tempestade
e a faísca que levanta
pela raiz
a pequena palmeira.

Rei Mahondi de Mwaeta
soberano Kahondi do Muvale:
Senhor!
O calor já está a prolongar-se.
A massambala seca
a semente definha
e a rama murcha.
A fome aproxima-se, Senhor!
A seca já chegou às nossas portas
e até já se instalou em nossas casas.

Levou alguns para a lagoa
outros foram para o Lubango.
Não há para onde fugir
quando se é presa da fome.
A fome é filha das feras
está no teu estômago e diz:
vai roubar, vai roubar.
Os seus cornos são agudos e direitos
mais finos do que azagaias.
Não deixam marca
nem ferida nem chaga.
Oh meu boi magro
quando a chuva morre
não há casa que não faça o inventário.
Luto pesado!

Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010), in Ondula, savana branca



(Foto de autor desconhecido)

NOTA

Esta oração, que aparentemente é do povo Kwanyama (Cuanhama), do sul de Angola, e que o poeta, prosador, antropólogo e cineasta angolano Ruy Duarte de Carvalho terá adaptado para a língua portuguesa, retrata uma realidade que é verdadeiramente terrível para quem a viver: a iminência da fome provocada por uma seca.

Nós, que só vemos a seca e a fome na televisão, sentimo-nos apiedados e até chocados com as imagens de crianças esqueléticas, no limiar da morte, ao colo das suas desgraçadas mães e com a boca coberta de moscas. Mas talvez não nos demos verdadeiramente conta do enorme sofrimento que uma seca pode provocar a quem lhe sofre as consequências, um sofrimento que é muito maior do que tudo quanto conseguimos imaginar, por mais que nos esforcemos.

A seca não é uma dessas calamidades que subitamente caem em cima das pessoas, deixando-as em estado de choque. A seca é uma calamidade que se vê vir, len-ta-men-te, mui-to de-va-ga-ri-nho. É um espetro que um dia se vê surgir no horizonte e que se agiganta cada vez mais, e mais, e mais, e mais. À medida que os dias, as semanas e os meses vão passando, uns após outros, sem que caia uma pinga de chuva, a angústia vai crescendo no coração das pessoas, cada vez mais, e mais, e mais, e mais, até se transformar em desespero puro e simples. Não queiramos nunca saber o que é que uma pessoa sente perante a perspetiva de uma fome e de uma morte provocadas por uma seca.

Primeiro, chega a estação das chuvas, mas a chuva não cai. Já com uma ponta de angústia, mas ainda com muita esperança, as pessoas lançam à terra seca as sementes do seu milho. Esperam elas que a chuva acabe finalmente por cair, mais dia, menos dia, e o milho consiga nascer e crescer. Mas os dias passam, a chuva teima em não cair e o milho semeado acaba por morrer na terra ressequida.

Com um nó na garganta, as pessoas fazem nova semeadura de milho, ao mesmo tempo que rezam fervorosas orações ao Criador, para que faça chover. Esperam elas que as orações consigam fazer efeito e acabe finalmente por chover. Mas os dias continuam a passar, a chuva continua a não cair e o milho morre outra vez.

O nó que as pessoas sentiam na garganta cresce até se tornar num novelo. Já se passaram várias semanas desde que a chuva deveria ter começado a cair. Profundamente angustiadas, as pessoas valem-se do último recurso que ainda lhes resta: semear um outro cereal, a massambala (painço), que, embora não tenha tanto valor nutritivo como o milho, é mais resistente à seca. Mas a terra já está tão ressequida que nem o painço consegue vingar.

O desespero toma então conta das pessoas. Parece que o ar se tornou sólido. As pessoas querem respirar e não podem. Querem mexer-se, mas não sabem como nem para onde. Deambulam de olhar vazio, como mortos-vivos. Não sabem -- desesperadamente não sabem! -- o que fazer à vida. Já começam a vislumbrar a fome e a morte a aproximar-se delas.

E de repente dá-se um milagre. Subitamente, o céu escurece e a chuva começa a cair, torrencial. Mesmo a tempo, in extremis, de evitar a fome que já parecia inevitável. Toda a gente ri e canta e dança e abraça-se. Os seus olhos, que a angústia tinha mantido irredutivelmente secos, tão secos como a terra sequiosa, enchem-se de lágrimas. Torrentes de lágrimas correm pela cara das pessoas. É tão bom chorar de alegria!

As pessoas apressam-se a semear os últimos grãos de milho que lhes restam. O milho germina e multiplica-se em douradas espigas. A vida renasce.

Desgraçadamente, há neste momento regiões na Somália e noutros países vizinhos em que a vida não renasceu e as pessoas morrem, aos milhares, no meio de um sofrimento indescritível. De fome e também de guerra.

12 outubro 2011

Ave Maria de Arcadelt


Ave Maria, do compositor franco-flamengo Jacques Arcadelt (c. 1507–1568), pelo coro de câmara Canticum Novum, dirigido por Stefan Zekić


Ave Maria, de Arcadelt, num arranjo para órgão de Franz Liszt (1811-1886), por Sebastian Küchler-Blessing

11 outubro 2011

De Vénus a Olympia

Vénus Adormecida, de Giorgione, Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden, Alemanha

Vénus de Urbino, de Ticiano, Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

Olympia, de Édouard Manet, Musée d'Orsay, Paris, França

Aqui temos três quadros de famosos pintores europeus. A sua semelhança não é fruto do acaso.

O quadro mais antigo, chamado Vénus Adormecida, é da autoria de Giorgione (Giorgio Barbarelli da Castelfranco, c. 1477/8–1510), um pintor renascentista veneziano, que morreu antes de completar esta sua obra. Foi Ticiano que pintou os detalhes que faltavam, nomeadamente no céu e na paisagem ao fundo. Este quadro a óleo marcou o início de uma nova era na pintura europeia posterior à antiguidade clássica, uma era em que o nu feminino passou a surgir como tema central de uma tela. Neste quadro, a sensualidade da figura feminina aparece claramente expressa na sua pose, ao mesmo tempo que a nudez é-nos apresentada como um facto natural, pois a deusa apresenta-se ao ar livre e entregue ao sono. Há nesta obra, portanto, um curioso misto de erotismo e de inocência.

Depois de ter completado a Vénus Adormecida de Giorgione, o pintor Ticiano (Tiziano Vecelli ou Tiziano Vecellio, c. 1488/1490–1576), também veneziano, resolveu pintar a sua própria Vénus desnuda. O resultado é o segundo quadro, chamado Vénus de Urbino, em que nos aparece uma mulher também despida e reclinada, mas acordada e dentro de um palácio. Embora a pose da figura seja essencialmente a mesma que a da Vénus anterior, o erotismo que emana deste quadro de Ticiano é mais acentuado, enquanto que a inocência da figura desapareceu.

O pintor francês Édouard Manet (1832–1883), por seu lado, inspirou-se na Vénus de Urbino de Ticiano para pintar o terceiro quadro, chamado Olympia. Como o nome da obra indica, já não é a deusa Vénus que surge representada, mas antes uma prostituta, que nos enfrenta com olhar determinado e provocador, ao mesmo tempo que ignora, quase com desdém, um ramo de flores trazido por uma servente, que poderemos imaginar ter sido enviado por um cliente ou admirador.

07 outubro 2011

Dois poemas de Geraldo Bessa Victor

ADEUS, IRMÃO BRANCO!

ADEUS, meu irmão branco, boa viagem!

Chegou a hora de você voltar
para a Europa, a sua terra.
Quando você chegar, há-de falar
dos encantos que encerra
esta África Negra, tão distante,
tão distante, irmão branco...
Pois eu quero, neste instante
da partida, pedir-lhe uma promessa:
-- Não se esqueça da alma do negro,
não se esqueça!

Você há-de falar das terras africanas,
da mata e da cubata,
dos montes e das chanas;
mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar do sol fogoso,
das caçadas e queimadas,
das noites que viveu em batucadas
no mais feiticeiro gozo;
mas não se esqueça da alma.

Vai falar do café, do algodão, do sisal,
da fruta tropical, enfim, de toda a flora;
mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar dos negros no seu mato,
da negra tentadora
de corpo sensual,
mostrando até retrato;
mas não se esqueça da alma.

Adeus, meu irmão branco! Lá na Europa,
quando falar da tropical paisagem,
não se esqueça da alma do negro.

Adeus, meu irmão branco, boa viagem!

Geraldo Bessa Victor

O MENINO NEGRO NÃO ENTROU NA RODA

O menino negro não entrou na roda
das crianças brancas -- as crianças brancas
que brincavam todas numa roda viva
de canções festivas, gargalhadas francas...

O menino negro não entrou na roda.

E chegou o vento junto das crianças
-- e bailou com elas e cantou com elas
as canções e danças das suaves brisas,
as canções e danças das brutais procelas.

E o menino negro não entrou na roda.

Pássaros, em bando, voaram chilreando
sobre as cabecinhas lindas dos meninos
e pousaram todos em redor. Por fim,
bailaram seus voos, cantando seus hinos...

E o menino negro não entrou na roda.

«Venha cá, pretinho, venha cá brincar»
-- disse um dos meninos com seu ar feliz.
A mamã, zelosa, logo fez reparo;
o menino branco já não quis, não quis...

E o menino negro não entrou na roda.

O menino negro não entrou na roda
das crianças brancas. Desolado, absorto,
ficou só, parado com olhar de cego,
ficou só, calado com voz de morto.

Geraldo Bessa Victor (1917-1990), poeta de Angola


(Foto de autor desconhecido)

03 outubro 2011

Steve Reich faz hoje 75 anos

O compositor norte-americano Steve Reich (à direita), interpretando a sua peça Clapping Music (Foto: Ian Oliver)

Em 3 de Outubro de 1936, nasceu na cidade de Nova Iorque aquele que viria a ser considerado, nos nossos dias, o maior compositor norte-americano vivo: Stephen Michael Reich, mais conhecido como Steve Reich. Juntamente com La Monte Young, Terry Riley e Philip Glass, Steve Reich foi um fundador da corrente minimalista, cuja música se caracteriza pelo uso de imagens musicais repetitivas que evoluem e se transformam lentamente ao longo do tempo.

Proponho a escuta de duas composições de Steve Reich, caracterizadas por um diálogo que se estabelece entre dois intérpretes: Clapping Music, de 1972, e Nagoya Marimbas, de 1994.