29 novembro 2006

«Vai comprar um fato em Penafiel!»

Igreja da Misericórdia, Penafiel (Foto: Portuguese_eyes)

Antigamente, a cidade de Penafiel era um centro de fabrico de albardas. Dizer a alguém para ir comprar um fato em Penafiel era uma forma de chamar-lhe burro...

27 novembro 2006

Mário Cesariny (1923 -- 2006)



Conheci o poeta e artista plástico Mário Cesariny há alguns anos. Já era ele então um velhinho muito frágil e com pavor das doenças. Os seus olhos vivos e penetrantes, porém, denunciavam um espírito crítico e incisivo, que contrastava com o seu aspecto franzino. Da conversa que com ele tive, conservei na memória a sua enorme admiração por Antero de Quental, assim como um profundo desprezo pela escola neo-realista, que ele considerava "quadrada" e com uma visão do mundo "a preto e branco". De resto, Cesariny não era um conversador, embora apreciasse, manifestamente, a convivência com outras pessoas. Morreu aos 83 anos. Esta é a minha modesta homenagem ao maior de todos os surrealistas portugueses: Mário Cesariny de Vasconcelos.


PASTELARIA

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora -- ah, lá fora! -- rir
de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

(Mário Cesariny de Vasconcelos)


Mário Cesariny de Vasconcelos, O Operário, 1947

23 novembro 2006

Paixão cigana

20 novembro 2006

A "piação" de Minde

Coreto da vila de Minde«O segredo é a alma do negócio». Assim poderia dizer qualquer minderico (natural da vila de Minde) para explicar a existência na sua localidade de um falar único e inconfundível: o minderico ou "piação dos charales do Ninhou" (falar dos naturais de Minde).

Minde é uma pequena vila situada num recôncavo da Serra de Aire, pertencente ao concelho de Alcanena, distrito de Santarém. Nela se desenvolveu uma indústria têxtil que produziu, entre outras coisas, mantas, as quais se tornaram famosas.

Para proteger da curiosidade dos estranhos os segredos do fabrico e da venda das suas mantas, os mindericos criaram um linguajar próprio, que só eles entendem. Este linguajar não é uma língua nem um dialecto. É uma gíria, constituída por um vocabulário inventado, o qual é utilizado no lugar do vocabulário português. A gramática do minderico é exactamente a mesma que a da língua portuguesa.

No ensaio "O Calão minderico, uma sub-variante da língua portuguesa em Portugal," de João Ferreira, encontra-se uma carta escrita em minderico que passo a transcrever, mantendo a ortografia antiga original:

Carranchano

Estive hontem no parreiral do Ninhou. O fundador do Covão ás 10 do Bandarra mandou-me a mulher do Francisco Lobo ao parreiral a fim de cavalleirar em sua do Quincas.

Para que o cardeta avalie o cavalleiro, ponha os das orelhas.

Em cima d’uma do Casal Farto mirantava-se n’uma do Juncal o filho da Santinha lançando bispo. Uma da Amora com o sogro do António Perinho e dois da Marinha; mettemos pois na tosadeira alem do genro do José Felipe, linhas tortas, renhanhé, sogro do Manoel Lico, do gaiva ou filho do Troia. Á sobre a de Bolleiros matto da portella, mães do Val da Serra, chinezas, dos coutos e por ultimo venezo com batarraba.

Como á hora de cavalleirar o malhado traz mais um, appareceu o Estevães do Ninhou com ares densca. Se visses a maneira como mettia na tosadeira o genro da Bia e o saltacatrepa!... Os da Marinha andavam sempre nas gambias. O folho da Costa e filho de Matildes, oh, Deus!...

Às 4 do Bandarra sentado na jaleca do meu Antonio d’Almeida tomava o d’el-rei para a minha do Domingos Pedreiro, em Amiaes.

N.B. A Arraiollos subiu, as belicas das do Alegre baixaram e a sogra do irmão do Francisco Vaz, d’Aljubarrota estaciona.

Teu Filho do Fernando.

José Ramos, de Amiaes.


Tradução enviada pelo CAORG em 7 de Dezembro de 2003:

Amigo,

Estive ontem em Minde e o Lourenço Coelho ao meio-dia mandou-me a criada a casa chamar-me para jantar em sua companhia.

Para que o amigo possa fazer ideia do jantar, ouça.

Em cima da mesa via-se uma terrina de sopas fumegante, uma grande garrafa cheia de vinho e dois copos.

Metemos na pá do bucho, além das sopas, vaca, capado, carne de porco, galinha e frango. À sobremesa queijo, azeitonas, laranjas, maçãs e por último arroz doce.

Como à hora do comer sempre o diabo traz mais um, apareceu o padre cura com uma fome canina. Se visses a gana com que se atirava ao presunto e ao capado! Os copos andavam numa roda viva. O pão e o vinho, oh! Santo Deus!

Às quatro da tarde montei-me no meu burro e tomei o caminho da minha casa nos Amiais.

Nota: A lã subiu de preço, as peles de cabra baixaram e a cera conserva o mesmo preço.

Teu amigo,

José Ramos, dos Amiais

O ensaio de onde retirei esta carta, assim como a sua tradução, também inclui um pequeno vocabulário, mas existe um vocabulário mais numeroso minderico-português e português-minderico neste outro sítio.


Pode ser encontrada informação mais completa sobre o minderico na página que lhe é dedicada no portal Minderico. (Acrescentado em 23 de Fevereiro de 2007).

16 novembro 2006

A Custódia de Belém


Esta obra-prima da ourivesaria portuguesa, em estilo gótico tardio, foi mandada fazer pelo rei D. Manuel I para o Mosteiro dos Jerónimos. Data do ano 1506 e é atribuída a Gil Vicente. Foi feita com o primeiro ouro enviado pelo sultão de Quíloa (actual Kilwa Kisiwani, na Tanzânia), como tributo de vassalagem ao rei de Portugal, e trazido por Vasco da Gama. Em todo o perímetro da sua base está a seguinte inscrição:

O. MVITO. ALTO. PRI(N)CIPE. E. PODEROSO. SE(N)HOR. REI. DÕ. MANVEL.I. A . MANDOV.FAZER. DO OVRO. I .DAS.PARIAS. DE. QVILOA. AQVABOV. E.CCCCCVI

11 novembro 2006

Angola, país da Sagrada Esperança

Quedas de KalandulaQuedas de Kalandula (Foto: Nuno)


OUTRAS MARGENS DA MESMA LÍNGUA

Depois de Língua conquistadora, a Língua conquistada virou raiz reprodutora - arma e fogo artificial; embrião e simultânea gravidez.

E é sabido pelos mais-velhos que uma Língua grávida pode parir culturas, cores novas e contornos imprevistos em pessoas humanas. E todas as grávidas levadas, e todos os séculos extraídos e a terra sangrando em lágrimas de saudade, e todos os navios idos haviam de levar, além de fomes e músculos, sementes de uma flor mestiça com condimentos de diferença e criativa ramagem. Na fogueira do tempo, as chamas cercaram o lacrau, o lacrau picou o próprio corpo, e o veneno circulou feito febre nova, nova temperatura, temperatura de uma nova errância.

(...)

MumwilaPorque a História também dá golpes num corpo linguístico que, lá longe, é a sombra de uma mesma imagem. As investidas políticas, e as de letras, e as sociais, e as mundanas, e as imprevistas, numa dança alargada - e mesmo que controlada - libertam-se das correntes pré-concebidas e o inesperado vence. O Kinaxixi com as crianças e os pássaros luandinizados, vencem; um santo de pessoa como o Arnaldo Santos vence; o Pepe solta um cão entre os caluandas e o cão morde a realidade; assim o cão do Honwana tomba mas a Isaura segue nos nossos sonhos de criança; as crianças do Manuel Rui, depois da fogueira e das estrelas do povo, só querem ser ondas; as mumuílas fazem transumância num poema da Paula; os olhos do Mia brilham à passagem dos flamingos e o leite de cabra lá do Sul se entorna meio azedo nas palavras do Ruy Duarte de Carvalho. E mesmo assim ficam nomes por celebrar.

A Língua, à velha maneira de Brecht, retira passividade às margens e intimida o rio a ser mais plural; o rio que corria estreito e manso, agora caudaloso faz uso de uma rebeldia saudável. Porque a natureza da água (da cultura) é mover-se, descendo o vale ou trepando a montanha, em luta de vaivém ternurento com a vã pressão dos homens. E se a margem toca o rio, o rio beija a margem numa dúvida aquática sem limite de exactidão.

As Línguas faladas e escritas, e as sonhadas, e as censuradas, nunca foram pertença de ninguém. Afinal, o maleável não pode ser amarrado, e à força de tanto contacto, o original fez da sombra verdade, e o resto também.

(...)

Nesse refluxo musical vindo de outras margens, há uma coloração que no tempo se espalha devolvendo à Língua uma faceta adequada para enfrentar futuros.

À mistura estão as pessoas - que são as margens da cultura, e os destinos da Língua revistos por aqueles que a manejam como utensílio quotidiano. Que esta linguagem seja, pois, ferramenta e prazer, veículo seguro mas maleável; que as gerações vindouras nela vejam molde aberto para memória e labor criativo. Porque bonitas são as Línguas depois de manejadas e celebradas pelas pessoas.

(Ondjaki, escritor e artista angolano; trechos de uma comunicação lida na conferência "A Língua Portuguesa: Presente e Futuro", realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, dias 6 e 7 de Dezembro de 2004, em Lisboa.)


Música tradicional dos Tucokwe (Quiocos), do Leste de Angola (fragmento)

Cântico religioso da Igreja Metodista, Luanda

Mona Ki Ngixisa, por Bonga


Ana Clara Guerra Marques, bailarina e coreógrafa angolana (Foto: Rui Tavares)

09 novembro 2006

Uma aldeia em verso

Chama-se Gouveia, mas não fica nas faldas da Serra da Estrela. Fica na freguesia de São João das Lampas, concelho de Sintra, para Norte da Praia das Maçãs e das Azenhas do Mar.

É uma bonita aldeia de características saloias, tal como outras aldeias da região, mas tem uma particularidade que a distingue das demais: em cada esquina existe um painel de azulejos que, além de indicar o nome da rua, apresenta uma quadra alusiva de sabor popular.

O autor das quadras é José Valentim Lourenço, um homem que nasceu na aldeia e tem apenas a 4ª classe. Vale a pena ir a Gouveia, saborear o ambiente rural que lá ainda se respira e visitar as suas esquinas, para ler as ingénuas quadras de José Valentim Lourenço, como as que a seguir se reproduzem:


BEM VINDO SEJAIS À NOSSA ALDEIA

As ruas estão libertas
É calmo o seu ambiente
E tem as portas abertas
P'ra receber toda a gente


LARGO DO ROSSIO

Foste pastagem de gado
Quem te vê e quem te viu
Hoje estás modificado
Ó meu Largo do Rossio


RUA DO ALTINHO

Quando chove de verdade
E a água inunda o caminho
Eu passo mais à vontade
Pela Rua do Altinho


RUA DA BARROCA

Esta rua é tão comprida!
Que não sei quanto ela mede,
Mas sei que tem à saída
A Estrada de São Mamede


RUA DOS BRAVOS

Não faças mal a ninguém
Mesmo que tenhas razão
E paga o mal com o bem
Que praticas boa acção.


RUA DO ALTO DO MOINHO

Já me custa esta subida
Até chegar ao moinho.
Mas será por toda a vida
Que eu não sei outro caminho.


RUA DAS CHAPINAS

Esta rua é na verdade
Pedregosa, sem valor,
Mas recorda-me com saudade
De quando eu era pastor.


LARGO DA EIRA VELHA

Quem me dera as desfolhadas
Na eira da minha aldeia
Com viras e desgarradas
Em noites de lua cheia.


LARGO PEDRO MANUEL CAETANO

Sempre muito serviçal
Foi este bom ser humano
Um grande amigo leal
Pedro Manuel Caetano.


RUA DA EIRA VELHA

P'ra ter pão fiz sementeira
Tive muito trabalhinho!
Quando o trigo entrou na eira
Ainda ia a meio caminho.


RUA DAS URTIGAS

Não vou nas tuas cantigas,
Mas por tudo o que já vi;
Antes picar-me em urtigas
Que ser picado por ti.


GOUVEIA

Quero tanto à minha aldeia
Que apesar de pequenita
Mesmo que seja feia
P'ra mim é sempre bonita.


PRAIA DA AGUDA

Gosto de ti tanto, tanto,
O meu gosto nunca muda.
Tu és o meu grande encanto,
Ó linda Praia da Aguda.

Esta última quadra não se refere, como é óbvio, à Praia da Aguda que existe em Vila Nova de Gaia. Refere-se a uma muito pequenina praia que também se chama Aguda e que fica muito próxima de Fontanelas, uma aldeia vizinha de Gouveia. Em Fontanelas, aliás, também existem quadras de José Valentim Lourenço.

Para se chegar a Gouveia, pode-se tomar a estradinha que sai da Praia das Maçãs para Norte, em direcção às Azenhas do Mar e Fontanelas. Depois de se atravessar a aldeia de Azenhas do Mar e um pouco antes de Fontanelas, pode-se tomar um desvio à esquerda para se ir espreitar a referida Praia da Aguda. Esta não é mais do que uma nesga de areia (quando há areia) no fundo da falésia, mas a pureza do ar forte e iodado que nela se respira é capaz de quase fazer ressuscitar um morto...

À entrada das Azenhas do Mar é possível, em alternativa ao trajecto anterior, virar à direita para Janas, que é uma aldeia em cujas imediações existe uma curiosa e rara capela circular, que antes de ser capela foi um templo pagão.

Também é possível chegar a Gouveia a partir de Sintra (passando pela Várzea de Sintra), da Terrugem ou do Magoito. Neste mapa está indicada a localização de Gouveia, assim como a sua região envolvente. Esta é uma página dedicada à aldeia.


Azenhas do Mar, uma aldeia próxima de Gouveia

08 novembro 2006

Adão e Eva

Adão e Eva, de Canto da Maia (1890-1981), Museu do Chiado, Lisboa

05 novembro 2006

Vestir-se de casca de árvore

"Pano" de casca de árvore dos Bakuba, da República Democrática do Congo

Há dias, li uma notícia que referia a chegada a algumas localidades angolanas de pessoas que tinham estado refugiadas nas matas e que «vinham em tão miserável estado que se encontravam vestidas de cascas de árvores». Eu aposto que o jornalista que redigiu a notícia não sabe o que são as tais cascas de árvores, julgando que os refugiados, à falta de roupas, teriam simplesmente coberto a sua nudez com cascas que arrancaram das árvores.

Eu não sou a pessoa mais indicada para falar sobre o assunto, pois quando estive em Angola apenas acompanhei muito superficialmente a feitura de um casaco de casca de árvore, o qual nem sequer era para mim. De qualquer modo, vou tentar abordá-lo um pouco.

De uma forma geral, em quase todas as regiões tropicais do planeta -- em África, na América, na Ásia ou no Pacífico -- as populações souberam, ou ainda sabem, produzir vestuário de casca de árvore, utilizando, mais ou menos em toda a parte, as mesmas técnicas de fabrico.

A matéria-prima utilizada não é extraída da parte exterior da casca das árvores, mas sim da sua parte mais interior, daquela parte fibrosa que fica mesmo encostada ao tronco propriamente dito e através da qual flui a seiva das folhas para a raíz. Não é qualquer árvore que serve para a extracção. Tem que ser uma árvore de uma ou mais espécies bem determinadas.

Depois de extraída da árvore, a matéria-prima é demolhada ou mesmo fervida em água durante várias horas, para amolecer. A seguir, ela é batida com pedras redondas, por exemplo, para lhe esmagarem as fibras e assim serem extraídos os materiais lenhosos e outras impurezas que contiver. É posta de novo de molho em água, para mais tarde voltar a ser macerada, e este processo é repetido durante muitos dias. O tempo total de preparação da casca pode demorar mais de um mês.

No fim do processo, a casca é posta a secar muito lentamente, para que não fique rígida e quebradiça. O produto final é parecido com uma folha de papel, mas é resistente, flexível e muito macio, podendo-se cortar e costurar. Uma casca de árvore bem preparada é muito suave ao tacto e muito confortável de usar.

Depois de ter sido preparada da forma indicada, de ter sido pintada e decorada (ou não) e de os seus rebordos terem sido aparados com uma tesoura, a casca de árvore pode ser usada assim mesmo, sob a forma de "pano", tanga ou manta (neste último caso, podem unir-se várias cascas durante a maceração, justapondo-as de forma a que os seus extremos se sobreponham, e martelando-as assim para que no fim resulte uma "folha" maior), como pode ser utilizada na confecção de peças de vestuário, como casacos, calças, etc. Não faltam em Angola competentes alfaiates, que sem problemas confeccionarão roupa de homem e de senhora a partir da casca de árvore.


"Pano" de casca de árvore dos Pigmeus Mbuti, da República Democrática do Congo

02 novembro 2006

Dia de Finados

Aqui jaz Wolfgang Amadeus Mozart


POEMA DA MINHA ESPERANÇA


Que bom ter o relógio adiantado!...
A gente assim, por saber
que tem sempre tempo a mais,
não se rala nem se apressa.

O meu sorriso de troça,
Amigos!,
quando vejo o meu relógio
com três quartos de hora a mais!...

Tic-tac... Tic-tac...
(Lá pensa ele
que é já o fim dos meus dias.)

Tic-tac...
(Como eu rio, cá p'ra dentro,
de esta coisa divertida:
ele a julgar que é já o resto
e eu a saber que tenho sempre mais
três quartos de hora de vida.)

Sebastião da Gama, in Serra-Mãe, 1945


Dies Irae, da Missa de Requiem em Ré Menor, K. 626, de W. A. Mozart, pela Orquestra e Coro da Academia de Saint Martin in the Fields, sob a direcção de Neville Marriner

Dies Irae, da Missa de Requiem de Giuseppe Verdi

01 novembro 2006

O Sacrifício de Isaac, de Rembrandt

Rembrandt Hermans van Rijn, O Sacrifício de Isaac, óleo sobre tela, 1635