Johann Nepomuk Hummel
Concerto para bandolim em sol maior S. 28 (número 28 do catálogo elaborado por Joel Sachs), de Johann Nepomuk Hummel (1778–1837), por Avi Avital, em bandolim, e o agrupamento Il Giardino Armonico
Johann Nepomuk Hummel foi um compositor nascido em 1778 na cidade de Bratislava, que era então parte do Reino da Hungria, o qual se encontrava subordinado ao poder dos Habsburgos, que reinavam na Áustria. Diz-se, por isso, que ele era austríaco. Se fosse hoje, seria eslovaco. Faleceu em Weimar, na Alemanha, em 1837.
Johann Nepomuk Hummel foi aluno de Mozart, entre outros grandes mestres, e amigo pessoal de Beethoven. Distinguiu-se como pianista, um dos maiores do seu tempo, e mostrou-se muito interessado na guitarra e outros instrumentos de corda dedilhada, que também tocava com grande proficiência. Compôs numerosas obras dos mais diversos géneros, sobretudo para piano, mas não compôs uma única sinfonia. A sua música inseria-se na corrente clássica, evoluindo na continuidade da música de Haydn e de Mozart. Ao mesmo tempo, o revolucionário Beethoven rasgava o caminho de uma nova corrente musical, a corrente romântica. Com o triunfo do Romantismo sobre o Classicismo ao longo do séc. XIX, graças ao próprio Beethoven, Liszt, Schumann e muitos outros, a música de Hummel passou a ser considerada antiquada e mergulhou no quase esquecimento. De qualquer modo, enquanto foi vivo, Johann Nepomuk Hummel foi muito apreciado como compositor e muito aclamado como pianista.
Nos últimos anos tem-se assistido à redescoberta da música de Johann Nepomuk Hummel. As gravações e os concertos multiplicam-se pelo mundo. As rádios clássicas também vão passando cada vez mais música dele, sobretudo alguns dos seus concertos para piano e o seu concerto para trompete, que é talvez a sua obra mais popular. Todas as rádios clássicas? Não. Tal como a aldeia do Astérix, a Antena 2 resiste, insistindo em ignorar a música de Johann Nepomuk Hummel. Só por milagre é possível ouvir nesta rádio pública portuguesa alguma peça dele, e quando passa é sempre o concerto para trompete e é sempre na interpretação de Wynton Marsalis. É claro que Marsalis não tem culpa nenhuma, ele é um extraordinário trompetista, que toca jazz com tanto à-vontade como toca música clássica. Não é o Wynton Marsalis que ponho em causa, é a pouquíssima importância que a Antena 2 dá à música de Johann Nepomuk Hummel.
Concerto para trompete em mi bemol maior S. 49, de Johann Nepomuk Hummel (1778–1837), por Maurice André em trompete E, Éric Aubier e a Orquestra da Bretanha sob a direção de Vincent Barthe
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