Vivi pessoalmente a crise académica de Coimbra em 1969 (o que me valeu uma breve passagem pela prisão, apesar de ainda não ter a maioridade) e foi nesse tempo que conheci (não pessoalmente) a Fernanda da Bernarda como membro da direção da Associação Académica de Coimbra, ao lado de Alberto Martins (o presidente da direção), Celso Cruzeiro, Barros Moura, Osvaldo de Castro e já não me lembro de quem mais.
Muitos anos depois, vim a conhecê-la pessoalmente como colega de trabalho na empresa em que ambos trabalhávamos, ela num departamento jurídico e eu num departamento técnico. Apesar de pertencermos a departamentos completamente distintos, as nossas secretárias de trabalho estavam a dois metros uma da outra, num escritório em espaço aberto, de que os gestores tanto gostam e que tanto prejuízo causam à produtividade de quem precisa de fazer um trabalho que exija concentração.
Tanto a Fernanda como eu tínhamos que nos ausentar frequentemente durante o dia, para desempenharmos tarefas no exterior, mas ao fim do dia lá estávamos nós de regresso ao dito escritório. Havia sempre uma pausa para café, durante a qual fiquei a conhecê-la melhor e a admirá-la mais e sempre cada vez mais.
Mesmo sabendo que sofria da mesma doença que o Zeca e que tinha os dias contados, a Fernanda da Bernarda nunca se deu por vencida. Ela sabia que ia morrer da doença, mas resistiu contra a morte até ao fim, com um vigor e uma combatividade absolutamente incomparáveis. Quem a ouvisse, diria que ela ainda tinha uma longa vida pela frente. E não tinha. Foi uma guerreira.
Comentários: 3
Fiquei comovida e contente por ler o seu comentário no blogue do Rogério sobre a FERNANDA da BERNARDA 💙
Vivi pessoalmente a crise académica de Coimbra em 1969 (o que me valeu uma breve passagem pela prisão, apesar de ainda não ter a maioridade) e foi nesse tempo que conheci (não pessoalmente) a Fernanda da Bernarda como membro da direção da Associação Académica de Coimbra, ao lado de Alberto Martins (o presidente da direção), Celso Cruzeiro, Barros Moura, Osvaldo de Castro e já não me lembro de quem mais.
Muitos anos depois, vim a conhecê-la pessoalmente como colega de trabalho na empresa em que ambos trabalhávamos, ela num departamento jurídico e eu num departamento técnico. Apesar de pertencermos a departamentos completamente distintos, as nossas secretárias de trabalho estavam a dois metros uma da outra, num escritório em espaço aberto, de que os gestores tanto gostam e que tanto prejuízo causam à produtividade de quem precisa de fazer um trabalho que exija concentração.
Tanto a Fernanda como eu tínhamos que nos ausentar frequentemente durante o dia, para desempenharmos tarefas no exterior, mas ao fim do dia lá estávamos nós de regresso ao dito escritório. Havia sempre uma pausa para café, durante a qual fiquei a conhecê-la melhor e a admirá-la mais e sempre cada vez mais.
Mesmo sabendo que sofria da mesma doença que o Zeca e que tinha os dias contados, a Fernanda da Bernarda nunca se deu por vencida. Ela sabia que ia morrer da doença, mas resistiu contra a morte até ao fim, com um vigor e uma combatividade absolutamente incomparáveis. Quem a ouvisse, diria que ela ainda tinha uma longa vida pela frente. E não tinha. Foi uma guerreira.
Mais um belo testemunho do eterno Zeca.
Abraço.
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