Que amor não me engana
Que amor não me enganaCom a sua branduraSe de antiga chamaMal vive a amarguraDuma mancha negraDuma pedra friaQue amor não se entregaNa noite vaziaQue as vozes embargamNum silêncio aflitoQuanto mais se apartamMais se ouve o seu gritoMuito à flor das águasNoite marinheiraVem devagarinhoPara a minha beiraEm novas coutadasJunto de uma heraNascem flores vermelhasPela PrimaveraAssim tu souberasIrmã cotoviaDizer-me se esperasO nascer do diaQue as vozes embargamNum silêncio aflitoQuanto mais se apartamMais se ouve o seu gritoMuito à flor das águasNoite marinheiraVem devagarinhoPara a minha beira
José Afonso (1929–1987)
Comentários: 6
Nem sabemos por ponde escolher no que se refere ao José afonso, tantos são os poemas e as músicas de grande qualidade !
Esta, meu caro
é mesmo, mesmo
"Matéria do Tempo"
A obra do Zeca Afonso é matéria de todos os tempos, na verdade. Ele foi genial.
Um grande abraço
Fernando Ribeiro
P.S. - Continuo às turras com o novo Blogger, sem conseguir atinar com ele. O antigo tinha as suas limitações, mas pelo menos não tinha bugs. Desta vez, o novo Blogger resolveu fazer uma separação excessiva entre as linhas. Haja pachorra.
O Zeca encanta-nos sempre!
Abraço!
Pois Fernando tem toda a razão, o novo Blogger não considerou os Clientes para quem foi feito!
O Zeca foi um notável compositor de música de raiz popular, sem nunca cair no folclore barato. Tinha uma voz bem timbrada. Sabia cantar, que é coisa que agora é cada vez mais rara. Foi um poeta de grande mérito, como nesta canção se comprova. Só não tinha talento para fazer arranjos musicais. Não tinha o Zeca, mas tinha o José Mário Branco, que foi quem fez o arranjo desta e das restantes canções do álbum "Cantigas do Maio". O resultado é brilhante.
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