A Calúnia de Apeles
A Calúnia de Apeles, têmpera sobre madeira de Sandro Boticelli (1445-1510), Galleria degli Uffizi, Florença, Itália
O pintor Sandro Boticelli foi um dos mais geniais artistas do Renascimento Italiano, que é o mesmo que dizer de todos os tempos e de todos os lugares. Nascido em Florença em 1445, Boticelli trabalhou para os Medici, para os quais pintou A Primavera e O Nascimento de Vénus, entre outros quadros, e também trabalhou para o Vaticano, onde nomeadamente pintou frescos na Capela Sistina. Faleceu em 1510.
Apeles foi um pintor da Grécia Antiga, que viveu no séc. IV A. C. e terá sido pintor oficial de Alexandre Magno. Entre as obras pintadas por Apeles, conta-se um quadro que se perdeu e que representava a Calúnia. Ainda que este quadro tenha sido dado como desaparecido, ficou uma sua descrição, feita pelo escritor helenístico Luciano de Samóstata, que viveu no séc. II D. C. O italiano Sandro Boticelli baseou-se na descrição de Luciano para pintar o quadro Calúnia de Apeles, que aqui se representa.
À direita do quadro, sentado no seu trono e de braço estendido, está o rei Midas, com as suas orelhas de burro, ladeado pela Ignorância e pela Suspeita, que lhe segredam ao ouvido. Diante do rei, com uma tocha acesa na mão, encontra-se o Despeito. Imediatamente atrás deste e vestida de azul está a Calúnia, que vem ladeada pela Fraude e pela Conspiração e arrasta pelos cabelos um jovem, que é o caluniado Apeles. Mais à esquerda do quadro, vestida de farrapos pretos, a Contrição olha para trás, para a nua Verdade, que aponta para o céu, invocando certamente a justiça divina.
Comentários: 2
A tela é belíssima! Não a conhecia, mas saberia quem era o autor, ainda que o não identificasse, Fernando. Mesmo com este nadinha de visão que me resta, Boticelli é inconfundível.
Forte abraço, Fernando.
Na verdade, o traço de Boticelli é inconfundível. Não é passível de confusão com o de qualquer outro.
Um grande abraço
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