A Vitória de Samotrácia
A estátua da Vitória de Samotrácia representa a deusa grega Nike ou Niké (Νίκη). Como esta deusa era a deusa da vitória para os gregos, os romanos incluíram-na no seu próprio panteão com o nome de Vitória. Portanto, a mesma deusa era chamada Nike pelos gregos e Vitória pelos romanos.
Há inúmeras representações desta deusa, feitas desde a Antiguidade até aos nossos dias, inclusive nas medalhas que são atribuíbuídas aos atletas vencedores dos Jogos Olímpicos modernos. Existe também uma marca de artigos desportivos que adotou o seu nome, que é a marca Nike, mas as pessoas chamam-lhe Naique, à inglesa, porque não sabem de onde vem este nome, que afinal é grego. A marca de automóveis de luxo Rolls-Royce apresenta igualmente uma pequena escultura desta deusa na frente dos veículos que produz, a qual se tornou numa espécie de símbolo da marca.
Nike era a deusa da vitória, da força e da velocidade na mitologia grega. Era aliada de Zeus, de quem era a condutora do seu carro puxado por cavalos. Os gregos veneravam Nike porque acreditavam que ela era capaz de os conduzir à vitória, graças à força e à velocidade que seria capaz de lhes conferir.
A deusa Nike era habitualmente representada com asas e trazendo numa mão uma palma, símbolo da paz, e na outra uma coroa de louros, para colocar na cabeça dos vencedores das batalhas e também dos jogos, como os Jogos Olímpicos. Os atletas da Antiga Grécia tinham-lhe uma especial veneração e procuravam os seus favores, para que os ajudasse a vencer nas competições em que participavam. Os templos dedicados a Nike eram, por isso, numerosos na Grécia. Em Atenas, ela era representada sem asas, segundo alguns testemunhos, para que não voasse da cidade e lhe garantisse sempre a vitória.
De todas as representações de Nike que chegaram até nós, a mais famosa é, sem dúvida nenhuma, a Vitória de Samotrácia. Esta estátua, que tem 5,57 metros de altura e está muito danificada, foi encontrada na ilha grega de Samotrácia, que fica no norte do Mar Egeu e perto da costa da Trácia, no ano de 1863, aos pedaços, sem cabeça, sem braços e sem parte do busto. Foi possível reconstituir totalmente o busto, mas a cabeça e os braços não, porque não se sabe como estariam representados. Mesmo mutilada, esta estátua exibe um ímpeto e um vigor extraordinários, como convém a uma deusa da vitória.
Desconhece-se quem foi que fez esta obra-prima da arte helenística. Supõe-se que tenha sido alguém da ilha de Rodes, que a esculpiu em mármore branco da ilha de Paros entre os anos 220 A.C. e 190 A.C., para ser colocada sobre uma base de mármore cinzento com a forma de proa de um barco. Qual seria a vitória que esta obra quereria celebrar? Talvez quisesse celebrar uma vitória dos gregos sobre os persas, numa das batalhas navais que se travaram naquele Mar Egeu.
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