Luar de agosto
Resplende em pleno azul a lua cheia
E uma onda de luar tinge a campina.
Cai num sono profundo a clara aldeia
Nas alvadias faldas da colina…
Nos humildes casais, que a luz prateia
Cobrem-se as telhas duma gaze fina…
Dentro, extinguiu-se a chama da candeia
E a branca lua, agora, é que a ilumina!
Longe, cintila o rio… Aves noturnas
Ainda esperam nas sombrias furnas
Que acabe um dia tão extenso e mudo…
E os rouxinóis nos choupos, cismadores,
Perguntam onde estão os caiadores
De grandes brochas que caiaram tudo!…
João Saraiva (1866–1948)
(Foto de autor desconhecido)
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