Francisco Henriques
Francisco Henriques terá nascido em ano desconhecido do séc. XV e deve ter sido discípulo de Gerard David na cidade de Bruges. Gerard David foi um notável pintor, também flamengo, que popularizou o uso da pintura a óleo, uma técnica até então de utilização restrita, a qual permitiu a execução de quadros de grande luminosidade e riqueza cromática, que são características da pintura renascentista flamenga.
Uma vez chegado a Portugal, Francisco Henriques terá dirigido uma oficina de pintura em Viseu, onde orientou discípulos tão talentosos como Vasco Fernandes, que viria a ser conhecido como Grão Vasco, então ainda no início da sua carreira. Terá sido Francisco Henriques que dirigiu a equipa de pintores que executaram o Políptico da Capela-Mor da Sé de Viseu. Dos 18 painéis que compunham este extraordinário políptico, 14 encontram-se atualmente ali ao pé, no Museu Nacional de Grão Vasco.
Entre 1503 e 1508, Francisco Henriques executou um magnífico retábulo para a capela-mor da Igreja de São Francisco em Évora, composto por 16 painéis. Destes, 11 painéis estão no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, 4 estão na Casa dos Patudos — Museu de Alpiarça e um desapareceu.
Em 1512, Francisco Henriques voltou à Flandres, para contratar outros pintores que viessem para Lisboa trabalhar com ele. Desconhece-se quais terão sido esses pintores. Apenas se pode especular, com base no estilo patente nas obras de contemporâneos seus. Assim, poder-se-á depreender que entre os flamengos trazidos por Francisco Henriques para Portugal terá estado um anónimo conhecido como Mestre da Lourinhã e um outro anónimo chamado Mestre do Inferno, por ter sido ele quem pintou um notável quadro que representa o Inferno e que está no Museu Nacional de Arte Antiga.
Em 1518, uma epidemia de peste declarou-se em Lisboa, a qual ceifou a vida de Francisco Henriques e de muitos dos seus colaboradores, porque o rei D. Manuel I exigiu que eles ficassem na capital portuguesa a concluir uma encomenda que tinham em mãos.
Comentários: 2
Boa divulgação...
...má decisão
(refiro-me à do rei, claro!)
Pois é, Rogério. O rei tanto queria a encomenda, que acabou por ficar sem ela e sem os pintores. O egoísmo dá nisto. Ainda por cima, Francisco Henriques não era um pintor qualquer.
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