Do Egito para a Grécia
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Nos seus primórdios, a arte começou por se desenvolver de forma independente na Grécia e no Egito, em consequência da separação geográfica entre os dois territórios imposta pelo Mar Mediterrâneo.
Como viviam dispersos por numerosas ilhas, além do facto de a própria Grécia continental ter uma costa extremamente recortada, os gregos foram compelidos pela geografia a tornar-se exímios navegadores. Logo eles chegaram às costas do Egito e descobriram aí uma brilhante civilização.
Em resultado dos contactos que passaram a estabelecer com o Egito, os navegadores gregos trouxeram de volta as novas ideias, conceitos estéticos e gostos que tinham encontrado em terras egípcias. Deu-se então uma influência da arte egípcia na arte grega, que é já detetável nas manifestações artísticas da civilização minóica, na ilha de Creta, primeiro, e da civilização micénica, na restante Grécia, depois. É por conseguinte possível encontrar influências egípcias nas pinturas e nas cerâmicas gregas de há mais de 3000 anos.
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Foi talvez no domínio da escultura que a influência egípcia mais se fez sentir na arte da antiga Grécia, a começar pela própria capacidade de trabalhar a pedra, que os gregos ainda não dominavam ou dominavam mal.
De entre as esculturas de pedra que mais se distinguiram na Grécia durante o período arcaico, avultam as estátuas chamadas kouroi, plural de kouros. Um kouros é uma estátua que representa um jovem do sexo masculino numa pose bastante hirta e artificial, procurando reproduzir a pose que pode ser vista em muitas esculturas egípcias que representam faraós, sacerdotes, escribas e outros altos funcionários, ou então deuses, como Hórus.
Na pose em questão, a estátua apresenta-se de pé, com ar confiante e altivo, quase desafiante, os braços estendidos ao longo do corpo, punhos fechados, o pé esquerdo adiantado em relação ao pé direito (sempre o pé esquerdo adiantado e não o outro pé) e ombros largos. Estas são algumas das principais características comuns aos kouroi dos gregos e às representações escultóricas egípcias. As diferenças, que acabam por ser praticamente secundárias, devem-se às próprias diferenças de cultura, de costumes, de religião e outras, que inevitavelmente existiam entre gregos e egípcios.
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Com o passar do tempo, os escultores gregos foram aperfeiçoando a sua técnica e passaram a criar obras cada vez menos artificiais. Acabaram por conferir às suas esculturas uma graciosidade, uma harmonia e uma perfeição verdadeiramente inultrapassáveis. O Discóbolo, de Myron, por exemplo, foi uma das obras que marcaram o início do período clássico da Grécia Antiga e é cabalmente demonstrativo do que era uma obra de arte da Antiguidade Clássica.
Comentários: 2
Bela aula
Obrigado
O mesmo digo eu: belíssima a aula a que acabo de assistir.
Obrigada e um abraço, Fernando.
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