As Mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema -- e são de terra.
Com mãos se faz a guerra -- e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
(Manuel Alegre, in O Canto e as Armas, 1967)
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema -- e são de terra.
Com mãos se faz a guerra -- e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
(Manuel Alegre, in O Canto e as Armas, 1967)
Comentários: 2
... e com as mãos se procuram as letras bonitas de partilhar com os olhos.
Sim, provavelmente por isso e
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