21 janeiro 2007

Afirmação nacional em música

O Rio Vltava atravessando a cidade de Praga, República Checa (Foto: Denis Hryhorov)

Há quem diga que o séc. XIX foi o século da emergência dos nacionalismos na Europa. Esta afirmação é verdadeira sobretudo no que diz respeito à Europa Central e Oriental, onde coexistiam os impérios russo, alemão, austro-húngaro e turco. Nessa época, diversas nações submetidas a esses impérios começaram a tomar consciência da sua própria identidade e a reivindicar a sua independência do poder imperial. Muitas dessas independências foram conseguidas com a 1ª Guerra Mundial, embora algumas delas se viessem a perder de novo na 2ª Guerra, para a União Soviética, sobretudo. Só depois da perestroika é que elas foram restauradas.

As peças musicais que proponho ouvir dizem respeito a quatro das nações referidas: Arménia, Roménia, Morávia (que actualmente integra a República Checa) e Finlândia. Elas são afirmações de uma identidade cultural própria e foram utilizadas muitas vezes na mobilização popular por um combate político a favor da independência.


Dança do Sabre, de Aram Khatchaturian

Rapsódia Romena nº 1, de George Enescu

Vltava, 2º poema sinfónico da suite Má Vlast (A Minha Pátria), de Bedrich Smetana

Finlandia, de Jean Sibelius

Comentários: 8

Blogger João Carlos Carranca escreveu...

É por isso que eu gosto de passar aqui. Por gosto, bom gosto!

22 janeiro, 2007 20:21  
Blogger Koluki escreveu...

“Elas são afirmações de uma identidade cultural própria e foram utilizadas muitas vezes na mobilização popular por um combate político a favor da independência.” … O mesmo se pode dizer de alguma musica angolana e de outros paises ou regioes. O que parece sugerir que os processos de afirmacao identitaria sao universais e que o universalismo, hoje confundido, correcta ou incorrectamente com a globalizacao, so faz sentido se respeitar essas identidades culturais proprias. (Tambem gostei da musica; alguma ja a conhecia, mas nao neste contexto).

23 janeiro, 2007 19:19  
Blogger Koluki escreveu...

So' para lhe dizer que ja pus em pratica as suas instrucoes sobre links nos comentarios, como podera verificar aqui.
Obrigada!

24 janeiro, 2007 23:07  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Koluki, a globalização só tem sentido se houver uma teia de permutas entre as diferentes culturas, dentro do respeito mútuo pelas respectivas identidades, as quais se vão assim enriquecendo.

A colonização cultural que predomina actualmente não é uma verdadeira globalização. Atrofia e esteriliza, em vez de enriquecer. As culturas dominadas vão ficando cada vez mais vestigiais e localizadas, em vez de globalizadas. Há um empobrecimento cultural.

Quanto à música, fico contente por saber que gostou. Repare que estas peças foram compostas num tempo em que as nacionalidades por elas retratadas ainda se encontravam submetidas aos impérios.

Também fico contente por saber que aprendeu a lição sobre os links nos comentários. Se precisar de mais ajudas e eu puder e souber, não hesite em perguntar-me.

25 janeiro, 2007 17:20  
Blogger Koluki escreveu...

Amigo, concordo inteiramente com o seu ‘take on globalization’. No fundo e’ apenas uma outra versao (mais extensa) dos principios do Relatorio de DH da ONU que tenho na abertura do meu blog. Todavia, o problema que vejo em muitos discursos e praticas ditas “globalizantes” e’ a, as vezes, absolutamente confrangedora e ultrajante falta de respeito (frequentemente apenas por “arrogancia ignorante”) pelas identidades proprias dos espacos culturais que se abrem, voluntariamente ou sob qualquer tipo de coaccao propria das relacoes de poder, a essa “partilha globalizante”, o que, em vez de os enriquecer, apenas os enfraquece e degrada... E essa coisa por vezes vai ao ponto de se negar, inclusivamente, a propria existencia de “identidades” e de se confundir a defesa de uma qualquer identidade propria com “exclusivismo” ou, no pior dos casos, com “racismo”… Sendo que, no fim, feito o balanco, nao ha verdadeiramente “partilha”, mas apenas “utilizacao” dos bens culturais de uma das partes (… a mais fraca) que se torna objecto e nao sujeito nessa relacao. E sobre isto, particularmente no que toca as culturas africanas, nao precisamos de especular muito: Africa, com todos os seus conteudos materiais e imateriais (escravos, recursos naturais, musica, danca, rituais, etc.) vem sendo “partilhada” ha muito, mas o que, e quanto, tem recebido em troca? Alguns dirao “muito”, quaisquer que sejam os conteudos dessa “muitidao”… mas… ha sempre um, ou muitos, mas…
Anyway, mais uma vez obrigada pela sua disponibilidade em ajudar com os meus pequenos ‘technical gaps’ (que sei que poderiam ser supridos atraves dos tutorials do proprio Blogger, mas estes algumas vezes sao simplesmente inuteis e, quando se revelam de alguma utilidade, sao tao longos que nem sempre ha tempo disponivel para os digerir, como e’ o caso dos tutorials sobre os links…). E, como estamos a falar de partilhas, se tambem precisar de alguma coisa em que eu possa ajudar, por favor diga.

26 janeiro, 2007 17:53  
Blogger Koluki escreveu...

PS: ... mais uma vez, o "bicho papao" comeu-me a pontuacao, acentos e aspas... Comeco a desconfiar que e' por ter escrito num 'word document' e apenas colado aqui o comentario, porque nesta janela consigo ver tudo muito bem. Vejamos como e' que sai este...

26 janeiro, 2007 18:06  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Koluki, reafirmo a minha disponibilidade para a ajudar no que puder, mas não quero causar-lhe demasiadas expectativas. Não sou nenhum especialista. Trabalhei há bastantes anos numa software house, como analista e programador, mas detestei profundamente aquele trabalho. Saí de lá jurando a mim mesmo nunca mais trabalhar em Informática. A partir de então só sou um utilizador e mais nada.

Quanto à pontuação que desaparece, talvez ela se deva à codificação que adoptei neste meu blog. Em vez de adoptar a codificação Unicode (que é a que a Koluki utiliza no seu blog, como toda a gente), resolvi adoptar a codificação ISO Ocidental. Agora é tarde para mudar. Se eu quiser passar a adoptar também o Unicode, tudo o que tiver publicado no blog até então aparecerá cheio de caracteres esquisitos.

Para que os acentos não desapareçam quando comenta neste blog, só me ocorre uma solução. Em vez de usar o Word para escrever os seus comentários, a minha amiga poderá utilizar um pequeno editor de texto que é extremamente simples e que vem com o Windows desde a sua versão 1.0. Chama-se Notepad e o nome do programa é notepad.exe. Ele existe para a escrita de apontamentos e comentários que não precisem de formatações e outras esquisitices. Mas se quiser continuar a usar o Word, faça-o, que eu leio muito bem os seus textos sem acentos.

28 janeiro, 2007 02:32  
Blogger Koluki escreveu...

Tem graca que eu tambem fiz, nos idos primeiros anos da decada de 80, um curso de programacao (Cobol) pela IBM, mas nao cheguei a praticar o tempo suficiente para dominar completamente a arte... por razoes muito similares a essa de achar mais piada a outras coisas. Mais tarde, ja na decada de 90, fiz um curso de IT, de que tirei melhor proveito. Mas como foi antes da era dos blogues... eis-me aqui um pouco atrapalhada com HTMLs e afins. Mas a minha politica tem sido, na maior parte das situacoes, aprender 'by trial and error' e nao me tenho dado completamente mal...

29 janeiro, 2007 12:30  

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