Barcas novas
Em Lixboa sobre lo marJoão Zorro, trovador português ou galego do séc. XIII
barcas novas mandei lavrar,
ay mia senhora velida!
Em Lisboa sobre lo ler
barcas novas mandei fazer,
ay mia senhora velida!
Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
ay mia senhora velida!
Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
ay mia senhora velida!
BARCAS NOVAS
Lisboa tem suas barcas
agora lavradas de armas
Lisboa tem barcas novas
agora lavradas de homens
Barcas novas levam guerra
as armas não lavram terra
São de guerra as barcas novas
no mar deitadas com homens
Barcas novas são mandadas
sobre o mar com suas armas
Não lavram terra com elas
os homens com sua guerra
Nelas mandaram meter
os homens com sua guerra
Ao mar mandaram as barcas
novas lavradas de armas
Em Lisboa sobre o mar
armas novas são mandadas
Fiama Hasse Pais Brandão, in Barcas Novas, 1967
Partida de militares portugueses para a guerra colonial (1961-1974) (Fotos de autores desconhecidos)
Comentários: 2
Também andamos naquelas filas...
Caro A. Leitão,
Quando eu fui mobilizado para Angola, já não se ia de barco. A Força Aérea tinha comprado em segunda mão uns Boeings 707 que a TAP possuía e passou a utilizá-los no transporte de tropas para África. As "hospedeiras" do avião eram cabos especialistas da Força Aérea...
Embarquei no chamado aeroporto militar do Figo Maduro (que não é mais do que a porta das traseiras do aeroporto da Portela), dentro da maior discrição que se possa imaginar, como se quisessem que ninguém soubesse. Já naquele tempo (ainda antes do 25A) parecia que tinham vergonha de nós, a "carne para canhão". Há atitudes que custam a engolir, e esta foi uma delas.
Enviar um comentário