A Praia do Creiro, mais conhecida como Praia do Portinho da Arrábida
Agora que estamos quase no inverno, proponho uma ida… à praia. Não a uma dessas frias praias varridas pelo vento e batidas pelo mar (que também têm a sua própria beleza, há que admitir), mas sim a uma maravilhosa praia amena e doce, que é um dos maiores tesouros que se encontram aninhados na Serra-Mãe de Sebastião da Gama, a Serra da Arrábida.
Agora que poucas pessoas demandam uma tão preciosa praia, é a ocasião perfeita para nos deliciarmos com a suavidade da fina areia escapando-se por entre os dedos dos nossos pés, com o misterioso nevoeiro que cobre e logo a seguir descobre a serra e a sua vegetação mediterrânica, com a cor verde esmeralda das águas do seu mar límpido e transparente sob o morno sol de inverno, com a paz infinita que nos é transmitida por uma praia deserta, ou quase, que nos deixa a sós com o mar, de um lado, e uma esplendorosa serra, do outro. Com um pouco de sorte, talvez consigamos observar as acrobacias dos roazes (golfinhos) no mar ou avistar alguma raposa com ar desafiante em terra, como eu também já avistei.
editado por Fernando Ribeiro às 02:39
Comentários: 2
Que viagem no tempo... o meu pai tinha um carinho muito especial por essa praia e pelo convento dos Capuchos que fui ver - por fora, claro - vezes sem conta. Há umas seis décadas que não vou até lá.
Abraço!
O Convento dos Capuchos (o chamado Convento Novo) é propriedade particular, pertencendo à Fundação Oriente. Também nunca entrei lá. No entanto, é possível visitar o chamado Convento Velho, que fica do outro lado da estrada e mais para cima, envolto pelo mato da serra. É preciso subir por um caminho irregular no meio do mato para lá chegar, mas vale a pena. O Convento Velho tem diversas construções relativamente dispersas e de dimensões bastante reduzidas, incluindo uma capela que estava muito bem cuidada quando a visitei, e ainda vestígios de grutas onde terão vivido os primeiros monges. Um pouco afastada do núcleo principal do Convento Velho encontra-se uma construção, também muito pequena, que foi a cela do poeta Frei Agostinho da Cruz (irmão de Diogo Bernardes, também poeta) e de onde se disfruta uma vista absolutamente fabulosa sobre a serra e o mar. Também se pode aceder a algumas das guaritas cujas cúpulas se podem ver de cá de baixo, emergindo do meio da vegetação. A vista que se tem da cela de Frei Agostinho da Cruz, por si só, justifica plenamente o esforço da subida.
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